Não podemos mudar a língua para atender a uma minoria

Um estabelecimento de ensino do Rio de Janeiro anunciou que adotaria a mudança numa circular enviada aos alunos em que a expressão “queridos alunos” era substituída por “querides alunes”

Por: Tenente Coimbra  -  05/01/21  -  09:08
A todos vocês, meu muito obrigado e meu sincero desejo de um Natal cheio de saúde, paz e amor
A todos vocês, meu muito obrigado e meu sincero desejo de um Natal cheio de saúde, paz e amor   Foto: Divulgação

Um tema no mínimo controverso vem ganhando destaque nas redes sociais e na imprensa nos últimos tempos: o uso da ‘linguagem neutra’ em pronomes nas escolas. Isso começou depois que um estabelecimento de ensino do Rio de Janeiro, o Colégio Franco Brasileiro, anunciou que adotaria a mudança numa circular enviada aos alunos em que a expressão “queridos alunos” era substituída por “querides alunes”. Não é piada, leitor, acredite. Uma escola particular da cidade do Rio de Janeiro anunciou sem nenhum constrangimento que passaria a adotar a “linguagem do Mussum”, célebre personagem do grupo “Os Trapalhões”, que tanta alegria proporcionou numa época em que uma linguagem sem os gêneros masculino e feminino era obviamente uma piada.


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A medida tem a pretensão de mudar a língua portuguesa para impor, sim, impor, uma mudança no nosso maior patrimônio para atender minorias que afirmam não se sentirem representadas pela linguagem.


Imagine ter que mudar as normas cultas do português, alterar livros didáticos, currículos escolares das redes públicas ou privadas, editais de bancas examinadoras de seleções e concursos públicos só porque uma minoria não se sente representada.


Além de toda dificuldade que isso representará para as crianças em processo de alfabetização, criando também empecilhos para a linguagem inclusiva de deficientes visuais, ainda teríamos um gasto desnecessário em um momento em que é preciso economizar, para contornar os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.


Para evitar que isso aconteça, protocolei um projeto de lei para proibir o uso de novas formas de flexão de gênero em currículos escolares de instituições de ensino e em editais de bancas examinadoras de seleções e concursos públicos.


Deputados estaduais de vários estados já estão se mobilizando para impedir esse atentado contra a nossa língua e contra a imposição dessa ideologia a jovens.


A ideia do projeto é valorizar a norma culta da língua portuguesa. Extinguir os pronomes de tratamento masculino e feminino significa apenas ferir as regras gramaticais, não vai resolver o problema do preconceito, nem anular as diferenças.


Há que se considerar que o uso destas novas formas de flexão de gênero traria problemas práticos para todas as pessoas que não concordam com essa ideologia. Obrigar a sociedade a usar pronomes associados às ideias contra as quais se opõem, apenas por motivos ideológicos, não é apenas opressão: é uma inconstitucionalidade gritante!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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