Fretados, da comodidade à angustia

Quem trabalha na Capital e utiliza ônibus fretado diariamente conhece a realidade do que é passar horas inesgotáveis dentro do veículo

Por: Tenente Coimbra  -  23/04/19  -  11:28
  Foto: Getty Images/iStockphoto

Quem trabalha na Capital e utiliza ônibus fretado diariamente conhece a realidade do que é passar horas inesgotáveis dentro do veículo. O que era para ser uma comodidade acaba se tornando angústia. Pela obrigatoriedade de realizar a descida pela Via Anchieta, os passageiros enfrentam muito trânsito devido aos constantes acidentes, ao tráfego pesado de caminhões e à própria periculosidade da pista, que contém apenas duas faixas e muitas curvas. Porém, já são 17 anos desde que a portaria que regulamenta essa prática foi instaurada e, acredito, já passou da hora de revê-la.


A segunda pista da Rodovia dos Imigrantes (SP-160), inaugurada no dia 17 de dezembro de 2002, foi um marco histórico para a Baixada Santista. Contudo, ainda hoje, nem todos se beneficiam desse avanço. Apesar de também pagarem o pedágio mais caro do Brasil, os trabalhadores da Baixada Santista não podem usar a rodovia.


O motivo para tal proibição deve-se ao sistema de frenagem dos ônibus à época da referida portaria, mas, em 2019, já há tecnologia e estudos suficientes para adequar esses veículos e realizar uma nova regulamentação, permitindo a descida pela Imigrantes.


Pensando nisso, protocolamos na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei que dispõe sobre a permissão para que ônibus fretados utilizem a Rodovia dos Imigrantes, no sentido Baixada, de segunda a sexta-feira, das 18h às 21h. Além disso, integramos a Comissão de Transportes e Comunicações, portanto, pautaremos esse tema por lá também.


Os trabalhadores da Baixada Santista merecem mais qualidade de vida, mais tempo para ficar com suas famílias ou para fazer outras atividades. A quantidade de tempo desperdiçado, todos os dias, reflete diretamente na saúde mental e física dessas pessoas, e não podemos mais negligenciar esse fato.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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