Punição do PSB

Punição que impede a minha participação em algumas comissões do partido está sendo revista

Por: Rosana Valle  -  08/09/19  -  12:40
Rosana Valle vê a necessidade de se discutir a questão para chegar a uma decisão final
Rosana Valle vê a necessidade de se discutir a questão para chegar a uma decisão final   Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Muitos estão acompanhando as notícias da punição imposta a mim e aos nove deputados do PSB que votaram a favor da reforma da Previdência.


Quero deixar claro que não vou perder o meu mandato, que pertence às pessoas que me elegeram, e à toda população da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira.


Antes de iniciar a explicação, quero dizer que, no início, fui contrária a alguns itens da reforma da Previdência apresentada pelo Governo e me posicionei dizendo que era preciso haver mudanças na proposta original. 


Isso de fato ocorreu, inclusive, muitas das alterações propostas pelo PSB foram contempladas.


Expressei minha intenção de voto em artigos de jornal e em entrevistas de rádio e TV. Mesmo assim, fui vítima de variadas fake news, vídeos e manifestações agressivas.


Enfim, depois que a proposta da Previdência foi aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional, o presidente do PSB veio a público e disse com veemência que o diretório nacional poderia expulsar os deputados dissidentes.


O julgamento foi há poucos dias! O partido voltou atrás, provavelmente com medo de perder as verbas do fundo partidário para a eleição do ano que vem. Vale lembrar que cada deputado representa R$ 3,4 milhões em verbas eleitorais para o partido. No julgamento, o PSB realizou uma plenária onde os militantes votaram em massa pela expulsão dos deputados, mas a cúpula do partido decidiu que apenas o deputado Atila Lira, do PSB do Piauí, seria expulso.


Eu e os outros nove parlamentares do PSB fomos suspensos por um ano. Ficamos impedidos de trabalhar em comissões e de assumir relatoria de projetos. 


A suspensão cerceia nosso direito de exercer o mandato.


Eles puniram o nosso trabalho e toda a construção que estamos fazendo em nossa legislatura.


Puniram, também, a população que nos elegeu e espera a nossa representatividade, pois todos estamos em comissões que são relativas às nossas regiões.  


Os nove deputados suspensos não vão aceitar perseguições dentro do PSB. 


A punição que impede a minha participação em algumas comissões está sendo revista. Nós, deputados, vamos entrar com recursos para reverter essa decisão.


Também criamos, aqui no Congresso, o GPS - Grupo Parlamentar Suprapartidário.


Esse grupo é formado por deputados que querem votar projetos com objetivos definidos, sem qualquer tipo de influência ou ideologia, tanto de esquerda como de direita.


E é assim que vamos continuar nosso trabalho em Brasília, votando sempre em sintonia com a nossa consciência e os nossos eleitores. Não entrei na política para seguir a velha cartilha. O tempo dos coronéis terminou!


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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