Ligação seca Santos-Guarujá não pode ficar só nos nossos sonhos

Para resolvermos um dia esta novela, seja ponte ou túnel, temos que tentar soluções ousadas

Por: Rosana Valle  -  27/09/20  -  09:05
  Foto: Divulgação

Tem coisas que precisamos tentar nesta vida, que temos que arriscar.


O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855) dizia que se você se arrisca, se perde por um momento. Mas se você nunca se arrisca, se perde para sempre.


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Para resolvermos um dia esta novela da ligação seca entre Santos e Guarujá, seja ponte ou túnel, temos que tentar soluções ousadas.


Por isso propus, ao Ministério da Infraestrutura, a inclusão da construção da ligação seca entre Santos e Guarujá no edital do leilão de privatização da gestão do Porto de Santos.


A privatização do Porto de Santos já começou em 1997 com a concessão ou arrendamento dos terminais. Mas o que não aconteceu ainda foi a privatização da gestão, hoje a cargo da Santos Port Authority (SPA),a antiga Codesp.


O modelo de privatização da gestão portuária vem sendo estudado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contratado pelo Ministério da Infraestrutura para viabilizar este processo, que já se cosolidou na operação dos terminais.


Temos que aproveitar o interesse da iniciativa privada na administração do maior porto da América do Sul para conseguir o investimento necessário para viabilizar a tão sonhada ligação Santos-Guarujá.


O assunto passará pela aprovação do Congresso Nacional. Na condição de presidente, na Câmara Federal, da Frente Parlamentar para o Futuro do Porto de Santos, estou atenta ao tema. Entendo que esta será a oportunidade única de obtermos o investimento necessário para a tão sonhada ligação seca entre Santos e Guarujá.


Temos os estudos da ponte e a opção do túnel, defendida pelo setor portuário por não restringir o processo natural de crescimento do maior porto brasileiro.


O que importa é que possamos viabilizar esta antiga reivindicação, que certamente não será com recursos públicos, diante da crise orçamentária do Governo, agora agravada ainda mais com os reflexos da pandemia.


Acredito que, ao incluirmos a construção da ligação seca, como condição para os pretendentes a participar da gestão do maior porto da América do Sul, teremos, sim, investidores interessados nesta cara e importante obra.


Se não arriscarmos, há o risco da ponte ou túnel ficarem para sempre só no papel ou em nossos sonhos.


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