Copa São Paulo de Futebol Júnior

Evento histórico, marco do futebol no país por tudo que já teve de atração e nível de qualidade

Por: Roberto Monteiro  -  07/01/20  -  00:27
Atualizado em 07/01/20 - 00:42
Empate decretou eliminação do Peixe na primeira fase da Copa São Paulo
Empate decretou eliminação do Peixe na primeira fase da Copa São Paulo   Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

Amigos, como todo início de ano esportivo no Brasil, a principal atração é a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Evento histórico, marco do futebol no país por tudo que já teve de atração e nível de qualidade.


Por esta competição, já passaram centenas de jogadores que acabaram consagrados como craques, inúmeras equipes que levam a sério este trabalho de base e a certeza de que é a nossa maior vitrine para a descoberta de novos talentos.


A história mostra que um torneio criado simplesmente para comemorar o aniversário da cidade de São Paulo, apenas com a participação inicial de equipes paulistanas, ganhou nível nacional e teve até participações internacionais, e chegou a um número recorde de 128 participantes com a adesão de dezenas de cidades do interior do estado se candidatando como sedes de grupos.


Claro, toda grandeza tem seu preço, e hoje, com tantos grupos e equipes, a luta pela classificação inicial se torna muito mais difícil. Muitos jovens chegam para participar vindos de todos os recantos do país viajando de ônibus por vários dias e ficam o fim de ano longe de suas famílias, na esperança de serem notados por empresários e descobridores de talentos que os possam levar muito longe no mundo do futebol.


Sou saudosista sim ao lembrar de um torneio que tinha muito menos participantes e que revelava talentos para nossos grandes clubes. Hoje, tudo está muito mudado, e cada menino que vem para a competição já sonha em jogar na Europa, em clubes de grandeza mundial, deixando de lado o reconhecimento do esforço e trabalho de cada clube no trabalho de base que vai reforçar seus times profissionais futuramente.


Hoje, a Copinha tem participação de muitos times que são apenas vitrines para negociação, sem preocupação com o futuro dos seus jogadores, a não ser o que poderão trazer de lucro financeiro para seu dono. Isso acabou definitivamente com o sonho dos criadores da Taça Cidade de São Paulo (nome de criação do evento), que tinham em mente aproveitar o período de férias dos profissionais para movimentar o nosso futebol e premiar o melhor no dia do aniversário da cidade de São Paulo no seu palco esportivo mais tradicional, o Estádio do Pacaembu.


Sem exagero, posso afirmar que, se um dia tivemos clubes do nosso interior levantando a Copinha e entrando para sua história, hoje a situação está muito mais propensa a termos um grande clube brasileiro, com trabalho sério na base, levantar o titulo justamente em razão do inchaço da competição. Não se mede mais o trabalho de base em sua essência, mas no investimento que se possa fazer no mesmo visando negócios lucrativos ao fim do evento.


Assim se explica porque temos deixado de ver jogadores brasileiros que brilham no exterior em nossos clubes, saindo daqui tão cedo e muitas vezes causando surpresa em convocações da seleção brasileira, ou em negociação entre clubes internacionais, quando o clube formador só será mesmo lembrado por sua participação financeira, amparados pela lei em vigência.


Vamos ficar atentos aos destaques desta edição e para onde irão ao fim da mesma!!


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