Clubes reduzem salários e custos

Pandemia trouxe à tona os custos exacerbados do futebol brasileiro

Por: Roberto Monteiro  -  04/05/20  -  20:43
Superando limitações, times do interior sofrem para recomeçar na pandemia
Superando limitações, times do interior sofrem para recomeçar na pandemia   Foto: Imagem ilustrativa/Wesley Tingey/Unsplash

Amigos, em meio à pandemia e a paralisação total do futebol brasileiro, os clubes são obrigados a buscar soluções em razão da queda brutal de arrecadação com direitos de televisão, bilheteria ou contribuição de sócios-torcedores.


Foi preciso uma situação tão grave para que todos caíssem na realidade para os custos exacerbados do futebol brasileiro, com salários e premiações, que parecem além de irreais para a situação econômica do país durante muitos e muitos anos.


Dessa vez, amparados pela Medida Provisória 936, a quase totalidade dos clubes da Série A do Brasileirão resolveu reduzir salários em geral, podendo em alguns casos chegar a até 50% dos valores mensais.


Nem mesmo os dois clubes com melhor condição financeira, Flamengo e Palmeiras, ficaram de fora. No Flamengo a primeira medida foi a demissão de dezenas de funcionários, e ainda evitando redução de salários de seu elenco e comissão técnica. No Palmeiras a redução de 25% foi a solução encontrada para momento.


Claro que isso é temporário, mas a duração ainda não está definida, e com isso o planejamento financeiro anual de qualquer equipe de futebol será sensivelmente alterado até o final da temporada.


Temos usado este espaço semanalmente analisando todos os problemas que a pandemia tem trazido ao futebol brasileiro e parece que estamos no momento ideal para uma reflexão profunda sobre o sonho e a realidade que nosso futebol vive, entre os salários oferecidos e os que podem ser pagos na realidade. Entre a dependência direta dos direitos de televisão e a paixão e colaboração financeira dos torcedores. Entre a paixão exacerbada e a razão que implora por uma coisa mais real, comedida, planejada e livre de ingerência de pessoas que giram em torno de atletas e treinadores levando sempre a forçar uma negociação em meio a "convites" e propostas em meio a temporada principalmente na proximidade do semestre final do contrato de qualquer jogador no Brasil.


Num momento como esse é que se deve mesmo observar a extensão do amor e respeito que cada um tem pela camisa que está vestindo, sendo muitas vezes idolatrado por torcedores que - esses sim - realmente amam o clube do seu coração.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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