O 2020 do Santos tem sido incrível. Quanto mais problemas fora de campo, mais surpresas dentro dele. A vitória sobre o Internacional, no sábado (14), por 2 a 0, foi um dos capítulos mais especiais dessa história. Com mais de um time inteiro de desfalques por causa da covid e de outros problemas, os santistas deram um jeito de vencer o líder do Campeonato Brasileiro. E isso sem o brilho de Marinho, destaque alvinegro na temporada, que teve uma atuação apagada.
O resultado, porém, não pode iludir os torcedores, muitos deles empolgados com as atuações de Vinícius Balieiro, John e Ivonei, porque o Santos não fez um bom jogo. O triunfo veio principalmente porque “ganhou” dois gols de presente dos gaúchos.
Depois de um primeiro tempo muito ruim, o Santos sofria grande pressão e contava com boas intervenções de John para segurar o empate. Aí, os gaúchos, tanbém desfalcados, levaram um gol inadmissível de falta, com a bola passando onde jamais poderia passar na cobrança de Ivonei; depois, Rodinei, relembrando os velhos tempos de Flamengo, “armou” a jogada que resultou no gol de Kaio Jorge.
John, Balieiro, Ivonei e outros podem vir a ser ótimos jogadores. Porém, ainda é cedo para acreditar que eles são solução e que estão prontos para jogar com frequência. Eles tiveram bom desempenho em um único jogo, mas somente uma sequência de atuações vai esclarecer até onde eles podem ir.
A empolgação dos torcedores com jogadores que surgem é uma das atrações do futebol. Ninguém quer acabar com isso. Mas é preciso cuidado. As análises não podem ser definitivas nem para o bem, nem para o mal. Um início ruim de trajetória não pode selar o destino de um jogador principiante. Afinal, muitos são os casos de jovens que só foram despontar depois de muito errar. Para piorar, às vezes, o jogador só se firma em outro time.
Seja como for, o que a vitória sobre o Internacional deixa claro é que, independentemente do que jogadores jovens podem entregar, é melhor apostar neles do que contratar jogadores caros, que muitas vezes deixam a desejar. Além disso, trata-se de uma questão lógica: clube endividado só deve ir ao mercado após esgotar todas as possibilidades em suas categorias de base.