Vice-campeonato não é parâmetro para o Santos

Apesar da boa campanha, clube tem que mudar muita coisa

Por: Heitor Ornelas  -  01/02/21  -  18:08
Atualizado em 01/02/21 - 18:23
O Santos foi longe na Libertadores, mas precisa repensar a gestão para continuar disputando títulos
O Santos foi longe na Libertadores, mas precisa repensar a gestão para continuar disputando títulos   Foto: Vanessa Rodrigues

O torcedor do Santos não tem do que se envergonhar. Por mais dolorosa que tenha sido, com um gol nos acréscimos e no momento em que o time começava a jogar melhor, a derrota para o Palmeiras não apaga a boa campanha santista na Libertadores. As vitórias sobre LDU (na altitude), Grêmio e Boca Juniors foram resultados notáveis, assim como o trabalho de Cuca, que levou um grupo jovem e com muitos problemas a uma condição inicialmente impensável.


Contudo, também não dá para achar que está tudo bem e que a partir de agora basta dar sequência ao que foi feito para voltar a ganhar campeonatos. Na verdade, tudo no clube deve ser repensado. Andres Rueda acaba de assumir a presidência e não tem culpa do descalabro deixado por José Carlos Peres. Noves fora, cabe a ele, aos poucos, tapar o rombo financeiro e trabalhar de maneira profissional e correta, como prometeu na campanha. Transformar o Santos numa empresa, com padrão e processos em todas as áreas. Chega de amadorismo e compadrio.


O Santos tem como primeiro objetivo conquistar vaga na próxima Libertadores. O 11º lugar no Campeonato Brasileiro, consequência da prioridade dada à luta pelo título continental, não ajuda, ainda mais faltando seis partidas para o término da competição. Um eventual – e natural – baque dos jogadores pela derrota no sábado pode complicar ainda mais a missão. Ainda assim, todos os esforços devem ser concentrados nesse objetivo.


Passado o Campeonato Brasileiro, com ou sem vaga na Libertadores, o Santos precisa definir se vai manter Cuca. O treinador realizou um grande trabalho, mas, depois de tudo o que enfrentou, deve fazer exigências e querer melhores condições para continuar. Uma equação difícil de resolver, dado o cofre vazio.


Depois disso, resta saber como ficará o elenco. Lucas Veríssimo e Diego Pituca já saíram, e a situação de Soteldo é uma incógnita. Além deles, mais algum jogador pode ser vendido para conter a crise financeira. Ou seja, Cuca ou o próximo treinador vai ter de ser muito capaz para trabalhar com uma equipe jovem e barata.


Mas não dá para ser diferente. O Santos, como a maioria dos clubes brasileiros, não pode nem sonhar em se endividar ainda mais para fazer contratações. Os reforços têm que ser pontuais e muito bem estudados. Um novo Cueva seria um golpe mortal.


Em um primeiro momento, o torcedor deve evitar grandes cobranças. É hora de reconstrução, o que leva tempo e provoca tropeços muitas vezes importantes. Por outro lado, o bom é saber que, com alguma organização administrativa, o clube tem totais condições de se manter entre os melhores. A força de sua camisa e a paixão de sua torcida deixam isso claro.


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