Tiago Nunes vai emplacar no Corinthians?

Revelação, técnico terá o desafio de mostrar, no alvinegro paulistano, que não é apenas uma promessa

Por: Régis Querino  -  06/11/19  -  16:54
Atualizado em 06/11/19 - 16:59
Glórias à parte, o gaúcho de 39 anos parte para o maior desafio de sua curta carreira
Glórias à parte, o gaúcho de 39 anos parte para o maior desafio de sua curta carreira   Foto: Divulgação/Athletico Paranaense

O técnico Tiago Nunes conseguiu, em apenas dois anos de trabalho com o time profissional do Athletico-PR, conquistas que muitos treinadores de renome não têm até hoje: os títulos da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil, grandes e inéditos feitos para um time mediano do cenário nacional.  


Glórias à parte, o gaúcho de 39 anos parte para o maior desafio de sua curta carreira, que também inclui passagens por pequenas equipes do futebol brasileiro. Após deixar o time paranaense (ele gostaria de ficar até o final do ano, mas a diretoria o dispensou), Nunes será o  técnico do Corinthians em 2020. 


Se é evidente que a oferta salarial mais vantajosa e o fato de comandar um dos grandes do País são a motivação para que Tiago Nunes mude de ares, o risco vem embutido na decisão do treinador. 


Comandar uma equipe média e ajudá-la a ascender no cenário nacional e internacional é muito diferente da pressão que ele terá a partir do momento que sentar na cadeira corintiana. Não só porque estará em um clube de massa, com uma camisa bem mais pesada, mas também pelo momento conturbado que vive o Corinthians.  


Depois de apostar durante a última década no futebol de resultado, com técnicos famosos em privilegiar o sistema defensivo, a equipe de Parque São Jorge usou e abusou do estilo retranqueiro. Conquistou títulos, é verdade, mas ultimamente as atuações do time vinham irritando até a própria torcida. 


Diante da escolha do novo treinador, as perguntas que ficam são: Tiago Nunes terá no Corinthians o sucesso que obteve à frente do Athletico-PR? Ou sucumbirá às pressões que o novo emprego vai lhe impor? 


Em princípio, o treinador deve ter carta branca para promover mudanças no elenco. Vários jogadores devem sair e outros vão chegar. Mas sabe-se, desde já, que o clube não tem uma situação financeira favorável para contratações de impacto. 


A não ser que o presidente Andrés Sanchez tire algum coelho da cartola. Negociando Pedrinho. Ou fazendo parceria com empresários, procedimento comum e reprovável que ele mesmo e outros dirigentes de muitos clubes adotam na hora de reforçar os seus planteis. 


Destaque da nova geração de técnicos brasileiros, Tiago Nunes vai ter que provar que pode fazer, em um grande clube, o que fez no Athletico-PR. Assim como os jovens jogadores, ele terá que mostrar que não é apenas uma promessa.


Ou pode, daqui a alguns anos, se juntar a treinadores que, um dia, surgiram como revelações, mas que nunca se firmaram nos maiores clubes do País. 


E são muitos os exemplos: Adilson Batista, Gilson Kleina, Ney Franco, Enderson Moreira, Guto Ferreira, Zé Ricardo, Jair Ventura... que hoje perambulam de Norte a Sul do Brasil. A cada ano, ou a cada seis meses, em uma nova casa.


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