Cinco jogos, quatro vitórias e apenas uma derrota. Para quem vinha de quatro derrotas seguidas, o Palmeiras está indiscutivelmente reabilitado. Mérito de Andrey Lopes, o Cebola, auxiliar que assumiu a bronca após a saída de Vanderlei Luxemburgo e correspondeu.
A partir de agora, com a chegada de Abel Ferreira, o Palmeiras vive o dilema que enfrentou em 2009. Na ocasião, a diretoria acertou com Muricy Ramalho. Enquanto ele não chegava, o auxiliar Jorginho comandou o barco e acumulou vitórias. Mas o desfecho não foi positivo. De líder e favorito ao título brasileiro, o Palmeiras teve uma grande queda e ficou fora até mesmo da Libertadores. O que não quer dizer que a história vá se repetir.
Contudo, é inegável que Abel Ferreira ganha esse extra de pressão. Com Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil em andamento, ele vai precisar se fazer entender pelos jogadores o quanto antes e buscar os resultados. Não só pela simples obrigação de vitórias em um time grande, mas também porque seu antecessor deixou a casa arrumada.
Ao demitir Luxemburgo, o presidente Maurício Galiotte disse que queria um treinador moderno, com futebol dinâmico e intenso. Não parece ser esse o perfil do português. Da escola de Jesualdo Ferreira, segundo quem conhece a fundo seu trabalho, o novo treinador do Palmeiras, em tese, prefere o jogo mais cauteloso, estudado e de toque de bola. Além disso, currículo não é seu forte. A seção “títulos” está em branco, em que pesem alguns bons trabalhos em times medianos, como o Braga.
Abel Ferreira é jovem – tem apenas 41 anos. Contudo, mesmo sem grande experiência, ele vai começar acertando se bater um longo papo com Andrey Lopes e fizer de tudo para manter o padrão em uso, ao menos no início. Do time lento, que demorava para chegar ao gol adversário e parecia entregue em campo em muitos momentos, o Palmeiras virou um time rápido, capaz de produzir contragolpes fulminantes. Na vitória desta segunda-feira (2), sobre o Atlético-MG, foi assim. Wesley e Roni, os mais velozes do time, foram devidamente acionados e corresponderam. Até Zé Rafael, talentoso, mas devagar, entendeu o espírito da coisa e fez a bola correr com mais velocidade.
Abel Ferreira recebe um time reabilitado. Cabe a ele fazer valer o grande investimento palmeirense no time e voltar a ser protagonista no Campeonato Brasileiro.