Sem reforços e sem empolgação

Em campo, Santos não é mais o mesmo que encheu os olhos do torcedor. Fora dele, a situação financeira só faz aumentar a dor de cabeça alvinegra

Por: Bruno Gutierrez  -  30/01/20  -  17:11
Santos ainda tem longo caminho de preparação para temporada
Santos ainda tem longo caminho de preparação para temporada   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Não tem sido fácil ser torcedor do Santos neste início de 2020. Se 2019 foi de boas surpresas e expectativa, a virada do ano não tem sido muito reconfortante para os alvinegros.


Dentro de campo, as duas apresentações do Peixe foram bem diferentes daquelas sob o comando de Jorge Sampaoli. Claro, é preciso relevar os desfalques santistas. Soteldo foi para a seleção da Venezuela, onde disputou o torneio pré-olímpico. Marinho se contundiu logo na primeira partida. Kaio Jorge e Arthur Gomes também enfrentam lesões, assim como Lucas Veríssimo.


Também existe o fato que é o início da temporada e do trabalho do português Jesualdo Ferreira. O treinador ficou irritado com as comparações entre o argentino e ele, já que o atual técnico tem "15 dias de comando". Tem razão, em partes. Mas quem acompanhou o jogo contra o RB Bragantino e lembrou da estreia de 2019, contra a Ferroviária, ficou decepcionado.


O time tem menos intensidade, vibra menos em campo, cria menos. Pode ter mais solidez defensiva, o que era uma aventura com Sampaoli, mas para um time que valoriza o "DNA ofensivo", ameaçar pouco o gol adversário é visto como ponto negativo.


Talvez, o torcedor corintiano pode estar acostumado com um jogo "feio", de vitórias curtas. Mas o santista, não está. Mas, é preciso ter calma e deixar Jesualdo Ferreira trabalhar. O Campeonato Paulista tem que ser tratado como laboratório e não como prioridade. Mas, preocupa por ser o torneio preparatório para algo muito maior: a Copa Libertadores da América.


Já fora de campo, a tristeza é maior. O presidente José Carlos Peres já adiantou que reforços, talvez, só no meio da temporada. Ou seja, pode ser que o elenco precise ser reestruturado na metade do trabalho. Claro que é preciso ter cuidado com a questão financeira. Mas você remontar um time na metade de um campeonato é muito trabalhoso. É mais arriscado o time se perder pelo caminho do que se acertar.


São muitos os exemplos daqueles times que trazem vários reforços no meio da temporada e a coisa desanda cada vez mais. O Flamengo, que contratou Rafinha, Filipe Luís, Pablo Marí e Gerson, foi uma exceção. Além disso, eram atletas de muita qualidade, em uma temporada que ficou parada por causa da Copa América. Não foi o conserto do pneu com o carro andando, como costuma a ser.


E o Santos precisa de reforços. Perdeu um zagueiro e o lateral-esquerdo titulares, ainda sente a carência de uma meia armador e de um centroavante. Porém, é melhor ter cautela e só contratar quando tiver verba, do que se arriscar em novas negociações e tirar dinheiro de onde não tem.


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