Seleção argentina é um fardo para Messi

Com um time ruim desses, não há gênio que resolva

Por: Heitor Ornelas  -  17/06/19  -  22:53
Atualizado em 17/06/19 - 23:23

Entra ano, sai ano e a seleção argentina segue decepcionando. A derrota para a Colômbia por 2 a 0, na estreia da Copa América, reforçou a impressão de que Lionel Messi paga os pecados em um time tão fraco.


Aqui não cabe discutir se Messi é melhor ou pior do que A ou B; além disso, precisamos reconhecer também o nítido encolhimento do jogador quando as dificuldades se agigantam – se já é assim no Barcelona, imagine na Argentina. A questão é que, sem ter com quem dividir a responsabilidade, não há gênio que dê jeito.


Do time que estreou perdendo para os colombianos e que, em tese, poderia subir de produção atuando ao lado de um dos maiores de todos os tempos, somente Agüero pode ser considerado grande jogador. Di María, substituído no intervalo, é refém das oscilações. Fora eles, não sobra quase nada.


Após seguidas derrotas, Messi chegou a dizer que abandonaria a seleção. Porém, não foi capaz de cumprir a promessa, talvez porque, politicamente, a repercussão seria das mais negativas.


rincipalmente para alguém que deixou o país de origem ainda criança e virou um ícone longe de casa, distante dos conterrâneos. Mas está cada vez mais claro o desconforto.


E Messi é do tipo que sofre calado. Não devemos esperar dele um murro na mesa ou uma providência drástica, tal qual faria Maradona. Por sinal, o quadro é tão dramático que até o ex-jogador, concorrente direto de Messi pelo posto de maior futebolista argentino da história, compreende as dores da estrela solitária. E não é para menos. Em 1986, Maradona deixou Burruchaga e Valdano à frente de Schumacher e eles fizeram gols contra a Alemanha em final de Copa do Mundo. Em 2014, Messi fez parecido com Higuaí e deu no que deu.


Sem rumo e sem uma conquista desde 1993, a Argentina sofre com o jejum. E faz sofrer um gênio cujo brilho está condenado ao aprisionamento no clube.


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