Santos não pode perder Sánchez e Soteldo

Derrota no clássico diante do Corinthians mostra como os dois são fundamentais para o Santos

Por: Heitor Ornelas  -  02/02/20  -  19:41
Carlos Sánchez é o motor do time do Santos, com atuações decisivas no ataque e ajuda à defesa
Carlos Sánchez é o motor do time do Santos, com atuações decisivas no ataque e ajuda à defesa   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Apagado e sem poder de reação, o Santos perdeu do Corinthians por 2 a 0, neste domingo (2), na Arena Corinthians, pelo Campeonato Paulista. Mas, antes que se aponte os (muitos) problemas da equipe, é preciso considerar que Carlos Sánchez e Soteldo, os dois melhores jogadores do time, não atuaram por causa de problemas físicos.


Coincidentemente, o uruguaio e o venezuelano têm o nome envolvido em questões extracampo. Enquanto Sánchez começou o ano reclamando de uma dívida e entrando na mira do Grêmio, Soteldo entra na lista de reforços do Atlético-MG, que estaria se aproveitando de um suposto calote santista no Huachipato para levar o atacante. Contudo, por tudo o que já demonstraram, fica claro que foram os problemas físicos que tiraram eles do clássico. Não houve corpo mole ou qualquer outra coisa do gênero por parte dos jogadores, dois dos mais dedicados e brigadores do elenco.


Seja como for, o Santos tem de fazer de tudo para manter Sánchez e Soteldo. O primeiro clássico do ano deixou clara a importância deles. Sem seus jogadores mais intensos, o Santos foi presa fácil. Marcou mal e, quando teve a bola, não soube o que fazer. A aposta em Sandry e Kaio Jorge se mostrou equivocada, uma vez que, ainda iniciantes, eles não fizeram praticamente nada. Além disso, o lado esquerdo da defesa foi uma avenida bem aproveitada por Fagner e Janderson.


Após a partida, o técnico Jesualdo Ferreira minimizou o peso da derrota e disse que o foco está na Libertadores e em outras competições. Ele também comemorou o fato de ter a semana livre para treinar o time, que só volta a jogar na próxima segunda-feira, contra o Botafogo, na Vila Belmiro. Será preciso trabalhar muito mesmo, pois, em quatro jogos disputados até aqui, o Santos só foi bem nos 45 minutos iniciais da vitória sobre a frágil Inter de Limeira, por 2 a 0. 


Contra o Corinthians, a equipe santista mais uma vez atuou com um jogador a mais em boa parte do jogo e, a exemplo do que já havia ocorrido na vitória sobre o Guarani, não soube tirar proveito. Está aí um problema que depõe contra o trabalho do treinador e que não pode se repetir.


Entretanto, não há outro caminho a não ser dar tempo e condições de trabalho ao português. Ele está se adaptando ao futebol brasileiro e frases como “não morreu ninguém”, usada para relativizar o peso do clássico e a importância da derrota, mostram que há uma distância grande entre o que ele tem em mente no momento e as expectativas em relação a seu trabalho.


Os estaduais servem como uma espécie de laboratório para o restante do ano. Contudo, ainda que a conquista do título não seja um indicativo absoluto de sucesso, a forma como se perde diz muito.


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