O Santos fez o que se esperava em Campinas ao ganhar do Guarani por 2 a 1. Mas, para que isso acontecesse, foi preciso o adversário colaborar. Afinal, não fosse o gol contra do zagueiro Pablo, o resultado seria um empate amargo contra um time que jogou com um jogador a menos e que tem limitações claras.
Tudo bem que é começo de temporada e que o treinador acabou de chegar; além disso, no gol do Guarani Rafael Costa parecia estar em impedimento. Porém, tanto no jogo desta segunda-feira (27) como na estreia, no empate diante do Bragantino, chamou a atenção a falta de vibração da equipe.
O condicionamento físico pode não ser o ideal. Além disso, Soteldo faz muita falta. Sem falar que as ideias do português ainda estão sendo absorvidas pelo elenco. A questão não é essa. O problema tem sido a baixa intensidade, o jogo moroso e o excesso de toques de lado – alguns deles errados, diga-se. O contraste tanto com o que o Santos fazia no ano passado, quanto com as expectativas históricas em relação ao DNA ofensivo do clube, é evidente e incomoda.
O jogo como um todo foi ruim. O Santos começou acuado, mas, ao fazer 1 a 0 em um bonito gol de Arthur Gomes, aproveitando ótimo cruzamento de Felipe Jonatan, passou a dominar as ações. A vantagem numérica, logo no começo da segunda etapa, com a expulsão irresponsável de Lucas Abreu, parecia ser a pá de cal nas pretensões dos donos da casa.
Mas foi a partir daí que o panorama mudou radicalmente. O Guarani se superou e o Santos aceitou a pressão. O empate do time campineiro saiu em jogada na qual Rafael Costa parecia em posição de impedimento – lembrando que no Campeonato Paulista só vai ter VAR a partir dos mata-matas.
Inexplicavelmente, o Santos sentiu o baque. Ainda que Jesualdo Ferreira tenha feito alterações para colocar o time no ataque, o Guarani passou a assustar mais. Everson, a exemplo do que tinha feito contra o Bragantino, praticou defesa salvadora, cara a cara com o atacante adversário. E quando o empate parecia confirmado, Jean Mota cobrou falta no travessão e, no rebote, Pablo encarnou o centroavante às avessas para garantir os três pontos dos santistas.
A vitória foi o mais importante. Tivesse amargado mais um empate, o Santos passaria um recado negativo ao seu torcedor. Contudo, para a sequência da temporada o time precisa recuperar a fome, independentemente do esquema tático e do estilo do treinador.