Santos acorda, mas ainda falta muito

Atuação contra o Palmeiras mostra que a postura ofensiva deve ser mantida

Por: Heitor Ornelas  -  02/03/20  -  20:42
Yuri Alberto foi a surpresa positiva do Santos no clássico diante do Palmeiras
Yuri Alberto foi a surpresa positiva do Santos no clássico diante do Palmeiras   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Quando tudo parecia perdido, o Santos deu sinal de vida. A boa atuação no empate em 0 a 0 com o Palmeiras foi um alento para um time que vinha mostrando futebol tão fraco. 


Longe de apresentar refinamento e técnica apurada, o Santos ao menos teve iniciativa semelhante àquela que o levou ao vice-campeonato brasileiro de 2019. A ponto de surpreender não apenas o próprio torcedor, que anda ressabiado com o que tem visto, mas também o Palmeiras, que, especialmente no primeiro tempo, se viu dominado por um time em má fase e sem confiança.


Por falar em surpresa, Yuri Alberto foi a melhor delas. Jogando pela esquerda, ele deu trabalho à defesa do Palmeiras em uma posição que nem é a sua, já que, pelo que vimos dele até hoje, o comando do ataque é seu lugar.


Porém, ao mesmo tempo em que a postura aguerrida agradou, falta melhorar o rendimento. Afinal, chances claras o Santos praticamente não criou nos 90 minutos. Diferentemente do Palmeiras, que mesmo dominado em boa parte do clássico teve as melhores oportunidades.


Diante do que mostrou no último sábado (29), o Santos tem a obrigação de não retroceder. É evidente que a equipe precisa ter cuidados na partida desta terça-feira (3), contra o Defensa y Justicia, na estreia da Libertadores, em Buenos Aires. Entretanto, isso não significa abrir mão do jogo até sucumbir à pressão dos argentinos e voltar para casa lamentando derrota.


Nesse primeiro passo rumo à recuperação, é preciso dar mérito a Jesualdo Ferreira. Talvez, ciente de que não dava mais para insistir no erro, o que acabaria encurtando sua passagem pela Vila Belmiro, ele ao menos liberou o time para atacar. Digo liberou porque há quem acredite que a mudança de postura partiu dos jogadores, e não do português. Seja como for, houve progresso.


Ganhar a  Libertadores é o sonho de todos os times brasileiros. O Santos tem tradição na competição. Ao lado de São Paulo e Grêmio, é o maior campeão brasileiro, com três conquistas. Contudo, hoje os santistas não largam como favoritos. Ainda assim, se jogar cada partida como se estivesse em uma final, e se conseguir construir uma sintonia positiva com os torcedores, o que faz muita diferença na competição, o Santos vai ser páreo duro para qualquer um. Daí em diante, é jogar e sonhar.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter