A contratação de Fernando Uribe preencheu a última lacuna do elenco do Santos. Com a chegada do colombiano, acabou a ausência do camisa 9. Sendo assim, a bola está com Jorge Sampaoli. Embora seu estilo de jogo mereça elogios, chegou a hora de transformar os recursos em produção, sob pena de ver um ano que começou promissor terminar em frustração.
Uribe não é um gênio. Na verdade, pouco se sabe sobre ele. Colombiano que veio para o futebol brasileiro após passagem pelo México, ele foi reserva do Flamengo na maior parte do tempo. Quando teve chance, fez um gol aqui e outro ali. Seja como for, com um time que joga para a frente como o Santos, e, principalmente, que gastou R$ 77,5 milhões em contratações na temporada, apesar da crise financeira, não dá para tolerar erro.
O Santos foi encantador no Campeonato Paulista, mesmo sem ter sido campeão. Caiu vexatoriamente na Sul-Americana e segue vivo na Copa do Brasil – joga por vitória simples, diante do seu torcedor, a partida de volta das quartas de final com o Atlético-MG na semana que vem. No Campeonato Brasileiro, está perto dos líderes, mas já perdeu pontos importantes, que podem custar caro no futuro.
Uribe – ainda tem Marinho, um eventual substituto de Rodrygo – tem que receber bolas e marcar os gols das vitórias. Para isso, Sampaoli precisa fazer com que Jean Mota volte a jogar como no Estadual e que Victor Ferraz alcance a sonhada regularidade. Sem falar em Cueva, que foi pedido pelo treinador e até agora é uma completa decepção. Também precisa recuperar Derlis González.
Coletivamente, a missão do argentino é manter o Santos concentrado para, além de não deixar passar pontos decisivos, evitar derrotas por goleada como a do mês passado, diante do Palmeiras. Tropeços do gênero não representam apenas o revés em campo, mas também o abalo das convicções no trabalho e na confiança da torcida.
Sampaoli mostrou potencial com menos recursos. Agora, com reforços, está incumbido de brigar para valer pelos títulos do Brasileiro e da Copa do Brasil.