Só a soberba explica o vexame do Santos
Santistas acharam que o jogo estava ganho, mas o Fortaleza não entendeu assim
O Santos protagonizou um dos maiores vexames da história da Vila Belmiro ao ceder o empate ao Fortaleza no último domingo, por 3 a 3. Como castigo, viu o Flamengo tomar a liderança do Campeonato Brasileiro.
Desde o apito final até agora, todo mundo tenta entender as causas do fiasco. Simples. Por mais que fatores técnicos e táticos tenham sua importância, o Santos foi derrotado pela soberba. Só a presunção de achar que o jogo estava ganho no primeiro tempo explica tamanho vacilo no segundo.
Para um time que tem um técnico inquieto e atuante como Jorge Sampaoli, é ainda mais inaceitável admitir que uma equipe intermediária como o Fortaleza, cujo principal objetivo é permanecer na primeira divisão, possa provocar estrago tão doloroso. E aí está outro ponto a ser considerado.
Se o Santos tivesse feito 3 a 0 no Flamengo ou no Palmeiras ainda no primeiro tempo, dificilmente relaxaria a ponto de ceder o empate. Até pela força dos adversários, os santistas se manteriam alertas até o fim. De fato, tropeçar nas pedras pequenas, que não são vistas, é mais comum do que parece.
Ao se buscar culpados – sim, em um fiasco desse porte é fundamental apurar responsabilidades -, é preciso começar por Jorge Sampaoli. Em que pese o grande trabalho que desenvolve, o treinador foi infeliz ao deixar Carlos Sánchez no banco e ao escalar Jean Mota na etapa final. Victor Ferraz também foi mal, mas no banco estava Pará, contratado a pedido do argentino...
Felipe Aguilar, com um pênalti cometido e um tropeção decisivo para o terceiro gol do Fortaleza, é um capítulo à parte. O colombiano já mostrou potencial, mas, volta e meia, tem jornadas pra lá de infelizes, como diante de Ituano, no Paulista, e frente ao São Paulo, pelo Brasileiro. Para preservar o jogador e o time, é hora de o treinador colocá-lo no banco de reservas.
O título não está perdido, como não estaria ganho se o Santos tivesse confirmado a vitória sobre o Fortaleza. Mas, com Flamengo e Palmeiras equipados com motor turbo, convém não perder tempo com retardatários.
