São Paulo só vai acordar quando for rebaixado

Eliminações e derrotas em clássicos não fazem efeito

Por: Heitor Ornelas  -  25/02/19  -  19:40

O ano mal começou e o São Paulo já está em crise, a exemplo do que acontece há dez anos. Entretanto, derrotas em clássicos e eliminações vexatórias como na pré-Libertadores, diante do mediano Talleres, não produzem o efeito necessário. O máximo que provocam é a queda do treinador. Diante disso, não é exagero pensar que somente um rebaixamento para a Série B vai afastar do clube aqueles que o transformaram em piada e abrir caminho para uma recuperação verdadeira.


Ser rebaixado não é garantia de sucesso nas temporadas seguintes. Com o Corinthians foi assim, mas o Vasco já caiu três vezes e, entra ano, sai ano, vive a perigo. Porém, sem um choque de realidade, o amadorismo e a incompetência vão ter vida ainda mais longa no Morumbi.


Enquanto o São Paulo tratar o time  profissional como um passatempo de senhores ricos e sem qualquer conhecimento de futebol, as glórias vão ficar cada vez mais no passado. E Não adianta o presidente Leco, o grande responsável pela sucessão de fracassos, colocar Rogério Ceni como treinador e Raí como diretor. Eles talvez sejam os dois maiores ídolos do clube, mas nas funções para as quais foram escolhidos são iniciantes, sem condição de entregar um trabalho minimamente razoável. Não por acaso, uma escolha ruim vem sempre acompanhada de outra. Os conselheiros elegeram Leco, que confiou em Raí, que apostou em André Jardine (no momento errado).  Tem como dar certo?


Revoltada, a torcida pede a renúncia do presidente. Mas será que se ele sair algum de seus 200 e poucos colegas de conselho vão fazer diferente? Pouco provável. As cabeças pensantes são-paulinas estão ultrapassadas, os resultados do futebol e os desdobramentos extracampo comprovam.


O ano ainda está no começo e, embora a fase seja ruim, sem previsão de melhora a curto prazo, há tempo e condição para progredir. Com Cuca, a tendência é o São Paulo fazer um Campeonato Brasileiro sem perigo de rebaixamento. É o que tem para o momento.


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