Ricardo Quaresma é aposta de risco

Atacante português, de 36 anos, não parece ser aquilo de que o Santos precisa

Por: Heitor Ornelas  -  01/01/20  -  19:02
Atualizado em 01/01/20 - 19:09
Quaresma já trabalhou com Jesualdo Ferreira, novo técnico do Santos
Quaresma já trabalhou com Jesualdo Ferreira, novo técnico do Santos   Foto: Reprodução/Instagram

Oficialmente, o Santos não está interessado no atacante português Ricardo Quaresma, que joga no inexpressivo Kasimpasa, da Turquia. Porém, a imprensa turca e o próprio jogador consideram a possibilidade de uma transferência para a Vila Belmiro. Em postagem nas redes sociais na virada do ano, Quaresma afirmou que deseja ser feliz em 2020, seja na Turquia, em Portugal ou no Brasil.


A suposta indicação do atacante teria partido de Jesualdo Ferreira, que já trabalhou com Quaresma em Portugal. Mas, convenhamos: pelo grupo de jogadores que tem hoje, o Santos precisa de um atacante de 36 anos?


Ainda que não venha a ser um Bryan Ruiz ou um Cueva, Ricardo Quaresma fatalmente tiraria espaço de alguém da base ou de um reforço promissor. Sem falar no alto salário que cobraria, mesmo vivendo a parte final da carreira. Afinal, ele joga na Europa, onde os vencimentos são muito maiores em relação aos praticados por aqui.


Na prática, o atacante português pode chegar e mostrar grande futebol. Contudo, os prognósticos não são favoráveis. E é a partir deles que os dirigentes devem decidir o que fazer.


Jesualdo Ferreira tem o direito de indicar jogadores. Como seu conhecimento do mercado brasileiro deve ser limitado, é natural que pense em alternativas de outras praças, especialmente a portuguesa. Porém, a diretoria do Santos tem a obrigação de poupar o clube de riscos que extrapolem o bom senso. Além disso, exemplos de contratações que fracassaram em campo e esvaziaram os cofre não faltam.


Para reforçar o elenco, e para minimizar a possibilidade de novos prejuízos, o Santos deve fazer apostas criteriosas. Caso não perca nenhum jogador do setor, o ataque está bem servido – sem falar na chegada de Raniel, trocado com o São Paulo pelos direitos econômicos de Vitor Bueno. A urgência está na defesa, após a saída de Gustavo Henrique e Jorge, além de provável negociação de Lucas Veríssimo com o futebol europeu. Madson chegou em troca de Victor Ferraz, mas isso não basta.


Aos trancos e barrancos, e com direito a brigas e saias justas, Jorge Sampaoli plantou uma semente auspiciosa no Santos. Cabe a Jesualdo Ferreira, com auxílio da diretoria, dar sequência ao trabalho. E o primeiro passo para isso são escolhas certeiras.


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