Patinando nas limitações, Santos fará no Rio jogo de risco ou redenção

Dono da maior sequência de vitórias e melhor visitante do Brasileirão, time perdeu o rumo nas cinco últimas rodadas

Por: Régis Querino  -  11/09/19  -  03:37
Atualizado em 11/09/19 - 03:50

Quase ninguém lembra que o Santos tem a maior sequência de vitórias no Brasileirão. Sete. Contra Ceará, Atlético-MG, Corinthians, Bahia, Botafogo, Avaí e Goiás.


A maioria das pessoas nem sabe que o Alvinegro é o melhor visitante do Brasileirão, com cinco vitórias longe da Vila Belmiro. Contra Grêmio, Ceará, Bahia, Botafogo e Chapecoense.


Mas o mundo já notou que o Santos caiu consideravelmente de rendimento. Desde a derrota para o São Paulo, no dia 10 de agosto, o time de Jorge Sampaoli perdeu o encanto e vem tropeçando em suas limitações.


Nas últimas cinco rodadas, dos 15 pontos disputados, a equipe conquistou apenas cinco. Arruinou a ótima campanha empatando dois jogos na Vila, contra equipes do segundo escalão do Brasil.


Futebol não é ciência exata, mas para um time que estava na ponta da tabela, é inconcebível perder quatro pontos em casa para o Fortaleza (em um jogo que vencia por 3 a 0) e para o time B do Athletico-PR. Eram jogos para ratificar o fator campo e a liderança.


Da empolgação com a meteórica ascensão no campeonato, o santista voltou a sofrer com a “síndrome de Robin Hood”. Do time que rouba pontos dos ricos para entregar de bandeja aos pobres. Já vimos esse filme recentemente, em 2016, quando o time foi vice no Brasileirão.


Jogo de risco ou de redenção?


Diante deste cenário de instabilidade, que deixou evidente as carências do elenco, tudo o que Santos não precisava agora era medir forças contra o melhor time do campeonato. Embalado, o Flamengo vem encantando pela forma de jogar (como o próprio Santos fez rodadas atrás).


Mas já que a tabela manda, o confronto deste sábado (14), no Maracanã, é um teste de fogo para o argentino e sua equipe. Mais do que o título simbólico do primeiro turno, é a chance para o Alvinegro mostrar que tem ambições maiores do que brigar por uma vaga na Libertadores.


Para isso, terá que fazer uma partida consistente, como fez na estreia do Brasileirão, contra o Grêmio, em Porto Alegre, quando venceu por 2 a 1. Seguro na defesa, marcando com intensidade e jogando com eficiência ofensiva.


Perder para o Flamengo não define a vida do Santos no campeonato. E é, em um jogo deste tamanho, um resultado normal. Anormal será se o time repetir a atuação infeliz, como a do primeiro turno, quando foi dominado e goleado pelo Palmeiras por 4 a 0 no Pacaembu. E tenho visto santistas temerosos sobre essa possibilidade.


Oito meses é um período curto para se avaliar o trabalho de um técnico. Entre altos e baixos, erros e acertos, Sampaoli ainda goza de crédito junto à torcida. Mas derrotas por placares elásticos (e o Santos já teve três este ano) abalam o ambiente em qualquer equipe.


Se a “síndrome de Robin Hood” abalou a confiança santista nos últimos jogos em casa, quem sabe  o fato de enfrentar no sábado não um pobre, mas um milionário, faça o Santos se redimir dos tropeços.


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