Jogadores contribuem para os problemas do VAR

Se a arbitragem é ruim, a pressão e as simulações dos atletas só pioram a situação

Por: Heitor Ornelas  -  12/08/19  -  20:20
  Foto: Fernando Torres/CBF

A rodada do final de semana no Brasil e na Inglaterra foi exemplar para se entender que sucesso e fracasso andam sempre lado a lado e dependem mais do comportamento dos envolvidos do que de outros fatores.


Tomemos o exemplo do VAR, que estreou no Campeonato Inglês. Quando acionados, árbitros de campo e de vídeo se comunicaram com eficiência e, em poucos segundos, decidiram o que tinham que decidir. Nem deu tempo de os jogadores tumultuarem, embora por lá pressão e cerco ao juiz sejam exceção à regra.


Já no Brasileirão... Cada jogo é um suplício. Uma revisão de lance pode levar mais de 5 minutos. Não por acaso, já virou hábito as partidas irem até os 55  do segundo tempo. Tudo com a colaboração decisiva dos jogadores, que querem ganhar no grito ou com simulações, ignorando por completo a ética e o bom senso. Por piores que sejam os árbitros, às vezes dá pena vê-los acuados, sem a menor ideia de como proceder diante de uma multidão enfurecida.


O empate entre Palmeiras e Bahia, por 2 a 2, foi emblemático. A expulsão de Felipe Melo e os gols dos baianos provocaram grande celeuma não apenas por contrariarem a torcida local, mas também pela demora do veredito. E olha que nas três ocasiões a decisão tomada após a análise do vídeo estava correta – o segundo pênalti é discutível, mas a marcação é aceitável.


O árbitro de vídeo veio para ficar. Por isso, não adianta praguejar, dizer que ele tira a graça do futebol. Os problemas são de quem opera o sistema. E o futebol inglês, em apenas um fim de semana, mostrou que é possível usar a tecnologia como ferramenta de precisão no esporte. Cabe aos envolvidos colaborar.


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