Jesualdo, como está, não pode durar mais que Adilson

A Copa Libertadores da América está batendo na porta e o Santos precisa de um rumo

Por: Bruno Gutierrez  -  27/02/20  -  17:40
Segundo Pará, a insistência nas jogadas de bola aérea é um pedido do técnico Jesualdo
Segundo Pará, a insistência nas jogadas de bola aérea é um pedido do técnico Jesualdo   Foto: Vanessa Rodrigues/A Tribuna

Ou Jesualdo Ferreira muda a forma de pensar sobre o time do Santos, ou é preciso mudar Jesualdo Ferreira. Foram apenas sete jogos no comando, verdade. E parece balela, mas o torcedor santista, muitas vezes, precisa de apenas 30 minutos para ter uma ideia se um técnico irá dar certo no Alvinegro. 


Aquele que está acostumado a acompanhar os jogos do Peixe sentiu, já nos primeiros trabalhos, que técnicos como Jair Ventura e Adilson Batista não iriam vingar pela Baixada Santista. Infelizmente, mesmo com toda a bagagem vitoriosa, o português caminhou pela mesma estrada que estes antecessores.


Jesualdo chamou o Campeonato Brasileiro de pior do mundo. Falou isso baseado na competitivade do torneio nacional. Só que ele veio para o pior time que poderia vir, dentro do pior campeonato que poderia disputar, no pior momento da carreira.


O treinador português largou a "aposentadoria" pelo projeto santista. Ou seja, já estava em sua curva final na carreira e com orgulho ao olhar para trás e ver tudo que construiu nos bancos de reserva pela Europa, África e Ásia.


Veio para o pior clube que poderia vir neste momento. Não pela limitação do elenco, pela perda de peças como Victor Ferraz, Gustavo Henrique e Jorge ou pela mínima capacidade de investimento santista. Jesualdo chegou "assombrado" pelo fantasma de Jorge Sampaoli, o único treinador, talvez, a fazer um time jogar no nível próximo ao do milionário Flamengo de 2019. E veio sob a sombra de Jorge Jesus, o português que deu certo no Brasil.


A expectativa foi criada. A chegada com a postura amigável, de "paizão" bem-humorado, diferente do seu antecessor e de admirador do passado glorioso do Peixe, cativou o torcedor, diretoria e ídolos do clube. Só que o elenco e o Santos em si, como instituição, não parecem comprar muito as ideias de Jesualdo.


Por isso, chegou a hora da mudança.


Jesualdo Ferreira, hoje, parece mais um técnico como Abel Braga. Um histórico vitorioso, querido como pessoa, mas que não tem acrescentado profissionalmente. E para ter um treinador neste estilo, não é preciso gastar o que o Santos gasta com ele e sua comissão técnica, já que existem técnicos neste estilo, e mais baratos, por aqui.


Está na hora do português mostrar a que veio, implantar algo inovador, que encha os olhos do torcedor e não um conceito que deu certo há 11 anos, mas que agora está ultrapassado.


Se as coisas continuarem como estão, ele não pode durar mais que Adilson Batista. Temos uma Copa Libertadores da América pela frente. E o grupo não é fácil. Em 2011, Adilson empatou, sem empolgação, com o Táchira. Foi demitido pouco depois. O Santos só foi contratar Muricy Ramalho após um mês, e isso quase fez o Tri ir por água abaixo ainda na fase de grupos. O torcedor alvinegro lembra bem do sofrimento que foi aquele 3 a 2 contra o Colo-Colo, no jogo da máscara de Neymar.


A Libertadores começa na terça-feira (3 de março) para o Santos. E a correção de rumo precisa ser urgente.


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