O Santos perdeu por 4 a 0 do Atlético-MG, em Belo Horizonte, na última quarta-feira, e foi eliminado precocemente do Campeonato Brasileiro sub-20. Na semana anterior, já havia levado 3 a 0 do Vasco em Ulrico Mursa. Trata-se de mais um fracasso em uma categoria na qual o clube se acostumou a dar vexames nos últimos tempos.
Depois de conquistar o bicampeonato da Copa São Paulo em 2013 e 2014, o Santos passou a fazer figuração na competição, com direito a eliminação na fase de grupos. No Campeonato Paulista não tem sido muito diferente; faz tempo que o time da Vila Belmiro não cumpre papel de protagonista.
A situação ganha contornos ainda mais preocupantes se for levado em conta que uma série de jogadores considerados (!) promissores, que já trabalham ou trabalharam com o técnico Jorge Sampaoli nos treinamentos, têm atuado na categoria, como Kaio Jorge, Sandri, Tailson, Lucas Lourenço, Yuri Alberto e Kaíque Rocha, entre outros. Se na base eles não conseguem apresentar bom futebol e levar o Santos a bons resultados, como será no time principal, no qual as dificuldades são infinitamente superiores?
Outro ponto preocupante do problema é a falta de perspectiva financeira. Afinal, vender jogadores da base é a principal fonte de receita do Santos. Rodrygo, vendido ao Real Madrid por aproximadamente R$ 175 milhões, que o diga. Com a negociação, o Santos, ainda que atrasando salários e sofrendo para pagar as demais despesas, conseguiu sobreviver nos últimos dois anos. Não fosse o jogador, que despontou no time sub-17, o clube poderia estar em situação ainda mais delicada em matéria de finanças.
Quando o assunto é categoria de base, sempre se diz que resultados são menos importantes do que a revelação de jogadores. O problema é que uma coisa está ligada à outra. Dificilmente um time que realiza seguidas campanhas ruins vai mandar revelações para o time de cima.
É bom o Santos atentar para o problema e tomar providências. Caso contrário, as consequências, das mais negativas, chegarão antes do que se espera.