Com uma campanha consistente neste início de Série A2, a Portuguesa Santista se firmou no bloco dos principais times da segunda divisão paulista. Com 14 pontos, ao lado de Monte Azul e São Bernardo, ocupa a vice-liderança apenas pelo saldo de gols menor do que o primeiro.
Pelo futebol apresentado, dentro e fora de casa, e a evolução demonstrada rodada a rodada, não resta dúvida de que o time de Sérgio Guedes estará entre os oito classificados à segunda fase.
Dali em diante, os mata-matas criam um novo campeonato e nem sempre a melhor equipe avança, chega à final, é campeã ou consegue o cobiçado acesso. Conjecturas à parte, a verdade é que a Briosa vem reconstruindo o seu caminho de volta à elite estadual.
Uma trajetória que teve início em 2016, com a conquista do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, que é, na realidade, a quarta divisão de São Paulo.
Firmando-se na Série A3 em 2017, o clube deu novo salto em 2018, sendo vice-campeão da terceira divisão e ascendendo à Série A2, dez anos depois de jogar nesta divisão.
Em 2019, novo momento de afirmação. Mais competitiva, a Série A2 exigia investimento maior para garantir que o time, ao menos, se mantivesse na segunda divisão.
Missão cumprida, a Briosa ampliou os horizontes para esta temporada, em que os torcedores já sonham com um novo acesso e a volta à primeira divisão após 15 anos (a última participação do time foi em 2006).
A questão que fica sobrepuja os anseios da galera rubro-verde: Estaria a Portuguesa Santista preparada para voltar à elite? Na emoção é fácil responder: Sim! Mas a razão pede calma.
Um retorno à Série A1, mais do que merecido pela história e tradição que a Briosa tem no futebol do Estado, exigiria a convergência de forças para se montar um time qualificado, com condições de se manter na elite.
Afinal, a alegria de retornar ao convívio com os grandes de São Paulo seria bem menor do que a frustração de ver o time rebaixado no mesmo ano.
Disputar a Série A1 requer um orçamento que, hoje, está longe das possibilidades da Portuguesa. Mas se houver planejamento, é possível não apenas sonhar, mas realizar.
De olho no Ramalhão
Os bons e maus exemplos estão aí para serem vistos e analisados. Dos três times que retornaram à primeira divisão paulista este ano, o Água Santa é o único, por enquanto, que corre risco de voltar à Série A2 em 2021.
Com a terceira pior campanha entre os 16 times do Paulistão (5 pontos em 6 jogos), a equipe de Diadema luta para pelo menos ficar na mesma posição (acima dos dois últimos colocados) e garantir a sua permanência.
Por outro lado, o Santo André é o time a ser seguido pela Portuguesa. Campeão da Série A2 em 2019, o clube do ABC tem a melhor campanha do Paulistão, com 15 pontos em 6 jogos, à frente dos quatro grandes.
Mesmo com um desempenho irregular, a Internacional de Limeira, vice-campeã da Série A2 em 2019, lidera o Grupo C, com 9 pontos em 6 jogos.
Dificilmente, salvo uma grande zebra, Santo André ou Inter de Limeira serão campeões paulistas, mas o maior objetivo eles praticamente já asseguraram (principalmente o Ramalhão): se manter na elite.
Consolidar-se novamente entre os principais clubes do Estado é a certeza de receber verbas mais polpudas da Federação e de patrocinadores. Além de garantir público maior nos jogos em casa, venda de produtos, exposição na mídia...
A estrada está pavimentada, falta o trecho final. Avante, Briosa!