Derrotas causam alarde, mas não podem tirar o Santos do rumo

Time precisa de equilíbrio e vitória sobre o Fortaleza para não deixar que a oscilação e as críticas o tirem da briga pelo título

Por: Régis Querino  -  21/08/19  -  02:25
Atualizado em 21/08/19 - 02:52

Bastaram duas derrotas seguidas no Brasileirão para que o Santos deixasse de ser a sensação do campeonato. Os “especialistas”, sempre eles,  que se derramavam em elogios ao Palmeiras semanas atrás, agora dão vivas  ao Flamengo, que vem embalando sob o comando do português Jorge Jesus.


Alguns já veem o Santos sem fôlego para brigar pelo título, com a aproximação na tabela  de outros concorrentes , como São Paulo e Corinthians.


Mas a corneta soa também dentro de casa. Vários santistas têm carregado nas críticas em comentários ácidos   nas redes sociais ou nas mesas dos botecos. Como se o encanto do time de Jorge Sampaoli tivesse virado pó após os revezes no Morumbi e no Mineirão.


Calma gente, calma. Após sete vitórias consecutivas, maior série acumulada por uma equipe até aqui neste Brasileirão, perder para dois grandes do futebol nacional, fora de casa, é absolutamente normal.


Concordo que o Alvinegro ficou devendo futebol diante de São Paulo e Cruzeiro, mas erros  grosseiros do zagueiro Felipe Aguilar no Morumbi e a expulsão precoce de Gustavo Henrique no Mineirão contribuíram (e muito) para as derrotas.


Até Sampaoli, que já deu as suas derrapadas ao longo da temporada (erros na eliminação do time na Sul-Americana e na goleada sofrida para o Palmeiras, no Brasileirão, para citar alguns) colaborou para o  fracasso em Minas. Mandou Pará a campo quando deveria ter mantido a intenção inicial, de escalar Luiz Felipe após a exclusão de Gustavo Henrique.


Mas, convenhamos, não fosse Sampaoli e o seu trabalho e  cobrança por um futebol intenso e ofensivo, em que lugar da tabela estaria o Santos, nas mãos de alguma da figurinhas carimbadas do futebol brasileiro?


Oscilar faz parte da trajetória de qualquer equipe. O que o time não pode é perder o rumo. Deixar de vencer o Fortaleza neste domingo (25), na Vila Belmiro, isso sim seria um tropeço digno de minar a  paciência da torcida e abalar a confiança do elenco.


O caminho é longo. E árduo


Com quatro rodadas até o final do primeiro turno, o Santos tem, além do Fortaleza, a Chapecoense fora; o Athletico-PR, em casa, e o Flamengo, no Maracanã. Para chegar ao Rio de Janeiro em boas condições de se manter na ponta, mesmo em caso de derrota, o  time precisa  vencer os três próximos jogos.


Mas, convenhamos (novamente), liderar o campeonato na virada para o returno é, na verdade, algo decorativo. Tipo a Taça Guanabara do futebol carioca, que dá ao campeão do turno o tradicional caneco, mas não a garantia de vestir a faixa ao final da competição.


Melhor visitante do Brasileirão  até aqui, com quatro vitórias e um empate em oito jogos, outro trunfo conquistado por Sampaoli, que tirou do time o status de “caseiro” que o acompanhava há tempos,  o Santos pode continuar sonhando.


Não tem o elenco estrelado, como os de Flamengo e Palmeiras, nem contratou alguém do tamanho de Daniel Alves, como o São Paulo; mas tem no seu comandante e no conjunto da equipe uma força para brigar no topo.


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