Cueva não merece perdão, mas tem de jogar

Somente com ele em campo o Santos vai conseguir recuperar parte do investimento

Por: Heitor Ornelas  -  18/12/19  -  18:30
Atualizado em 18/12/19 - 18:32
  Foto: Ivan Storti/Santos FC

A contratação de Cueva foi um dos piores negócios da história do Santos não apenas por causa dos valores envolvidos (US$ 7 milhões), mas também pelo próprio jogador, nem tão talentoso assim e de mau comportamento fora de campo. Entretanto, deixá-lo na geladeira só vai piorar a situação.


Em condições normais, o peruano não seria digno de perdão. Afinal, ele aprontou mais de uma vez na Vila Belmiro, a exemplo do que já havia feito no São Paulo, o que torna a sua contratação um erro ainda mais grave. A questão é o dinheiro. Se pensa em diminuir o prejuízo, o Santos deve fazer com que o atleta ao menos faça parte do elenco e tenha chance de brigar por lugar no time. Escondido, Cueva é um investimento que desvaloriza.


Em Luque, no Paraguai, onde acompanhou o sorteio da Libertadores, o presidente José Carlos Peres declarou que o meio-campista merece uma segunda chance e o cobriu de elogios, além de atribuir em parte a Jorge Sampaoli o ostracismo vivido pelo jogador. No fundo, o dirigente deve estar ciente do erro cometido, mas joga o jogo de quem está em desvantagem e precisa resolver o problema.


A julgar pela última partida do Santos no ano, a vitória por 4 a 0 sobre o Flamengo, Cueva não tem lugar no time. Porém, em 2020 a agenda santista estará cheia, com a disputa da Libertadores como carro-chefe. Dessa forma, a fase inicial do Campeonato Paulista, de pouco valor prático, seria um cenário convidativo para testar o arrependimento do jogador – sim, apesar de tudo que aprontou reiteradas vezes, o meia diz lamentar as confusões que causou e manifesta a vontade de jogar, seja no Santos, seja em outra equipe.


O Santos busca um técnico que mantenha a filosofia ofensiva de Sampaoli, o que é um acerto. De acordo com Peres, vai depender do novo comandante o aproveitamento de Cueva. Desde já, porém, fica a missão: escalar o peruano e fazer com que ele renda o mínimo para ser negociado e virar a página.


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