CBF não tem capacidade de gerir o futebol brasileiro na pandemia

Na Série A, com clubes mais estruturados, já houve problema com o Goiás. Nas séries inferiores, a situação é pior

Por: Bruno Gutierrez  -  12/08/20  -  12:50
Partida, que seria disputada no estádio da Serrinha, foi a primeira da Série A a ser adiada
Partida, que seria disputada no estádio da Serrinha, foi a primeira da Série A a ser adiada   Foto: Reprodução/Instagram Goiás

A CBF não tem capacidade de gerir o futebol brasileiro e conduzir, com segurança, o esporte durante a pandemia de coronavírus. O caso ocorrido na partida (que não ocorreu) entre Goiás e São Paulo é um exemplo claro disso.


Nós vimos os países europeus retomarem o futebol. Mas, além da capacidade maior em gerir uma crise, as federações destes países possuem uma "facilidade": a extensão territorial. O Brasil é continental. Num país onde o governo (em todas as esferas) não consegue controlar a doença, é impossível que haja uma competição de norte a sul sem riscos.


Outro país continental é o Estados Unidos. A NBA eliminou os jogos daquelas equipes que já não tinham chances de classificar, levou os restantes para uma "bolha" em Orlando, na Flórida. Com um alto controle e muita testagem. Nas competições europeias, a tática se repete. A Liga Europa ficou restrita a Alemanha. A Liga dos Campeões, em Portugal. O UFC criou a Ilha da Luta, em Abu Dhabi.


A pressa em retomar o futebol coloca em risco a todos os envolvidos com o esporte no País. Casos como o Goiás não serão raros. O Atlético-GO já perdeu quatro atletas para o duelo contra o Flamengo. O Corinthians não terá Gil e Léo Natel para encarar o Atlético-MG. Ainda temos o risco de outras partidas adiadas, em cima hora, por testagem para Covid-19.


Nas divisões inferiores a situação é pior. O Imperatriz-MA teve seu jogo adiado na Série C após 14 atletas testarem positivo para o vírus. Já no CSA, que voltou a Série B neste ano, foram 18 jogadores.


A CBF fala em novos protocolos. Tudo muito bonito no papel. Mas não adianta em nada a teoria, se a prática é falha. Extremamente falha. O esporte, que já está pobre sem sua torcida, com jogos encavalados e em crise financeira, vai colecionar muitos pontos negativos nesta temporada que, talvez, termine em fevereiro de 2021.


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