Atenção, Santos: as virtudes do Boca Juniors para a semifinal da Libertadores

Lado direito do ataque do time argentino é subvalorizado, mas tem se mostrado eficiente nos últimos jogos

Por: Bruno Rios  -  01/01/21  -  12:19
  Foto: Divulgação/Conmebol

Entre os principais pontos fortes da equipe do Boca Juniors que enfrenta o Santos na próxima quarta-feira (6), às 19h15, em Buenos Aires, pela primeira partida da semifinal da Copa Libertadores da América, um que vem chamando a minha atenção nas últimas semanas é o lado direito do ataque da equipe xeneize.


Com o lateral-direito Jara fazendo uma conexão eficiente com o volante Salvio e o atacante Tévez, além do meia-esquerda de origem Villa confundir os rivais quando cai por este lado do campo, a zaga santista precisa estar bastante atenta para não perder a batalha com os argentinos neste setor do gramado.


Nas últimas três partidas do Boca, quatro dos sete gols marcados nasceram com jogadas pelo lado direito - um na vitória sobre o Huracán por 3 a 0, outro no triunfo contra o Independente por 2 a 1, ambas pela Copa Diego Maradona, e dois nas quartas de final da própria Libertadores, quando o Boca amassou o Racing por 2 a 0.


Nessas circunstâncias, o trabalho do técnico Cuca nos próximos dias, no CT Rei Pelé, exigirá atenção especial com o lado esquerdo da defesa do Santos, principalmente com o atleta titular do setor, Felipe Jonatan. Afinal, vacilar em demasia contra o time argentino costuma ser péssimo negócio e o lateral tem falhado em alguns lances pontuais.


Um exemplo negativo do quanto é preciso estar ligado o tempo todo em campo foi dado por outro time brasileiro nesta Libertadores. Na fase oitavas de final, o Internacional recebeu os argentinos e o 0 a 0 reinava até que o zagueiro Zé Gabriel falhou. Adivinha onde? No lado direito do Boca. Salvio roubou a bola e serviu Tévez, que rolou para o fundo da rede: 1 a 0.


O mais curioso é que o Boca do começo da temporada nem contava com Jara e seus cruzamentos certeiros como referência da lateral direita, a ponto de o lado esquerdo ser o mais valorizado nas mãos do técnico Miguel Angel Russo. Para se ter ideia, o nome mais requisitado do setor era o de Buffarini, que atuou no São Paulo e não deixou saudade no Morumbi, mas ainda assim foi titular em muitos jogos do time azul e amarelo.


Contudo, as armas do próximo rival do Santos vão além do lado direito. Um outro ponto a se destacar é o comando de ataque, cujo favorito para iniciar o jogo de quarta-feira como titular é Wanchope Ábila. Ele pode não ser o centroavante mais habilidoso do planeta e às vezes dá até algumas caneladas, mas cumpre com louvor a missão de fazer gols.


Por outro lado, o calendário pode ser cruel com o Boca. Tudo porque, com o achatamento de datas provocado pela pandemia, o time fará sábado (2) à noite um clássico com o River Plate, valendo vaga na final da Copa Diego Maradona. E como se trata da maior rivalidade na Argentina, os titulares não descansarão, ao contrário do Santos, que nem entrará em campo neste fim de semana.


Como o futebol é o reino encantado do imprevisível, muito do que falei acima pode nem acontecer, mas o fato é que, com o Boca e suas virtudes, não se brinca. Ainda mais em uma Copa Libertadores.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter