Em uma live promocional, o polêmico Felipe Melo afirmou que sente falta das “tretas” do futebol. A confissão não chega a ser supresa, dado o histórico de controvérsias e encrencas do jogador. Contudo, em uma análise mais profunda, a declaração do palmeirense mostra como o esporte é importante e como sua ausência pode ser considerada uma tristeza.
Contudo, cada coisa a seu tempo. Não deve haver pressa para a volta dos jogadores aos gramados. Na verdade, isso só deve acontecer quando houver o máximo de segurança para eles e os demais envolvidos nas partidas. E aqui não estamos falando dos torcedores, que devem retomar seus assentos nos estádios em um segundo momento. Afinal, entre os dirigentes do Brasil e do exterior cresce a hipótese de se retomar os jogos com estádios vazios, até para não atrasar ainda mais os calendários. Ficamos na torcida para que tudo se resolva o quanto antes. Não só para o futebol, mas, principalmente, para a sobrevivência de todos.
O futebol não vai voltar como era. As dificuldades serão ainda maiores. Muitos clubes, talvez a maioria, estarão quebrados. Não serão raros os casos de times sem condição de colocar 11 jogadores em campo para disputar partidas. Contudo, volte como voltar, que volte logo.
Quando a bola rola em condições normais, fica fácil apontar erros e reclamar deste ou daquele jogador. Dirigentes e treinadores também são alvos constantes de críticas – muitas delas justas, ressalte-se. Em um momento como o atual, porém, até a mais bizarra das caneladas faz falta. Aquele jogo ruim de segunda-feira, que não mexe em praticamente nada na tabela, ganharia ares de final de Copa do Mundo se pudesse ser disputado agora. Aquela declaração estúpida, que rende comentários e mais comentários nas redes sociais, também compõem um cenário com o qual já estávamos habituados e do qual sentimos falta.
Como tem sido comum ouvir nestes tempos sinistros, em que vidas humanas viram estatísticas a se lamentar, o mundo voltará diferente após a pandemia. A normalidade conhecida até então não fará mais sentido, e um novo jeito de viver e encarar as coisas deve transformar o homem. Que assim seja, mas que não falte futebol. Bom ou ruim.