É cedo, mas o Santos de Jesualdo já divide a opinião dos santistas

Após apenas dois jogos (ruins) do Alvinegro na temporada, seguidores de Sampaoli e apoiadores do português travam embate sobre o desempenho do time

Por: Régis Querino  -  28/01/20  -  21:41
Bastaram dois jogos no comando para que Jesualdo Ferreira fosse questionado por parte da torcida
Bastaram dois jogos no comando para que Jesualdo Ferreira fosse questionado por parte da torcida   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Bastaram duas rodadas do Campeonato Paulista para que as más atuações do Santos, do técnico Jesualdo Ferreira, gerassem um debate ferrenho entre os torcedores alvinegros nas redes sociais e rodas de boteco.


De um lado, os seguidores de Jorge Sampaoli, que criticam (com razão) a falta de intensidade do time. Afinal, a equipe terminou a temporada passada voando, com grandes atuações, fome de gols e massacrando o campeão Flamengo.


De outro, os que defendem (com razão) o pouco tempo de trabalho do português no comando do time. E que lembram das perdas (definitivas) de Gustavo Henrique e Jorge, além das ausências (temporárias) de Lucas Veríssimo, Marinho e Soteldo.


Para que esse embate não se transforme em guerra, é preciso que os santistas (da primeira e da segunda trincheiras) estejam cientes que os estilos de Jorge Sampaoli e Jesualdo Ferreira são distintos.


O argentino prega a marcação sob pressão, a posse de bola a todo custo e a obstinação pelo ataque. Mais comedido, o português quer um time compacto, que jogue cadenciado e vá ao ataque, porém, sem se desguarnecer defensivamente.


Portanto, desnecessário dizer que Jesualdo nunca vai fazer o seu Santos jogar como jogava o Santos de Sampaoli. E inevitável lembrar que, neste aspecto, o presidente José Carlos Peres errou feio ao dizer que trazia o português “para dar continuidade” ao trabalho do argentino.


“Santos à portuguesa”


Sob a ótica lusitana, é prematura e injusta qualquer cobrança após três semanas de trabalho e dois jogos. E compreensível a irritação do português quando questionado, após a vitória sobre o Guarani, na última segunda-feira (27), porque faltava intensidade ao time.


A falta de volúpia da equipe, neste caso, não se resume apenas aos diferentes estilos dos treinadores. O elenco também está, obviamente, readquirindo o preparo físico neste início de temporada. E a ausência de Soteldo deixa o ataque mais previsível.


No frigir dos ovos, o torcedor saudoso de Sampaoli terá que se acostumar com o “Santos à portuguesa”. Assim como Jesualdo terá que saber conviver com a sombra do argentino e com os questionamentos, por vezes pertinentes, dos profissionais que cobrem o clube.


No resumo da ópera, preferências dos torcedores à parte, o que vai definir o futuro do veterano treinador no Santos serão, mais do que o desempenho do time, os resultados em campo.


Sampaoli conseguiu cair nas graças da torcida mesmo sem conquistar um título. Jesualdo, dentro de seu estilo, vai precisar ser campeão.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter