Volta às aulas: é preciso muita atenção com esse assunto

Mesmo com todas as regras de higiene e distanciamento sendo cumpridas, serão milhões de pessoas - alunos, responsáveis, professores, profissionais de educação - circulando novamente

Por: Paulo Corrêa Jr  -  13/08/20  -  11:31
  Foto: Arquivo/AT

As escolas públicas como as privadas, já têm prevista a data de 7 de outubro para o retorno às aulas. De forma geral, além de todos os cuidados de higiene necessários – álcool em gel, máscara e distanciamento social, por exemplo – está prevista, nesta primeira fase, a obrigatoriedade no cumprimento de um percentual máximo de ocupação dentro das salas de aula. 


Essa volta contará com um formato de rodízio. Assim, enquanto parte dos estudantes (65%) deverá manter a rotina de aulas remotas, os demais (35%) terão aulas presenciais, possibilitando que isso aconteça ao menos uma vez por semana para todos os alunos. Em uma fase seguinte, ainda sem data para acontecer, o número de alunos presentes passará para 70%.


Mesmo com todas as regras de higiene e distanciamento sendo cumpridas, serão milhões de pessoas - alunos, responsáveis, professores, profissionais de educação - circulando novamente. Muitos utilizando sistema de transporte público, criando um risco iminente de contágio nas instituições de educação. Num segundo momento, essa transmissão poderá chegar às residências, impactando pais e avós, sabidamente mais vulneráveis a doença por questão da idade. 


Esse retorno tem, sem qualquer dúvida, uma dose de pressão popular por parte da sociedade que tem se mostrado incomodada com rotina diária de aulas online, ora questionando sua eficiência, ora criticando pelos problemas causados domesticamente pela falta de habilidade na soluções de assuntos escolares. É óbvio que isso é muito desgastante. Mas havendo um retrocesso no estágio da contaminação, não será pior? Será que não valeria a pena um pouco mais de tempo e voltarmos com mais garantias? 


Estamos num momento delicado. E a solução não parece fácil. Por isso acho que caberia muito bem uma discussão mais ampla entre a sociedade e os setores público e privado de educação.


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