O Brasil vive um dos momentos mais tensos de sua história, às vésperas do que será decidido em relação à nova Previdência Social. Políticos e sociedade discutem de forma acalorada o que é justo, seguro e possível nas mudanças propostas, uma vez que é indiscutível que sem elas a economia brasileira entrará em colapso em questão de anos.
Ouso dizer que estamos vivendo um momento parecido com 1988, quando reformamos a Constituição. Das discussões que estão acontecendo hoje na Câmara dos Deputados e da votação que acontecerá nos próximos dias, sairão os alicerces do futuro de nossos filhos e netos. Se não estabelecermos uma ordem na curva de gastos da Previdência, o futuro do país passa a ser incerto.
Em breve, a discussão passará também pela esfera estadual - pelo funcionalismo público, professores, policiais, etc. - e não acredito que seja algo diferente em relação às dificuldades e entendimento.
Durante os embates, cada setor tentou defender o seu lado para que as perdas fossem as menores possíveis. Muitas vezes, esquecendo que estamos todos no mesmo barco. Se afundarmos, todos morreremos afogados. E me espantou e entristeceu como alguns parlamentares e partidos, visando apenas seus interesses, fecharam os olhos para a real necessidade de lutarmos por algo coletivo. Ouvi, por exemplo, o deputado Paulinho da Força, do Solidariedade, pedir que colegas “desidratassem” a reforma para evitar que o mérito fosse dado ao presidente Bolsonaro e consequentemente ajudasse-o numa possível reeleição, num ato de extrema pobreza de espírito cívico.
É triste você imaginar que tantos trabalharam contra a reforma - reafirmo, inevitável para a sobrevivência do país - sob discursos vazios e sem qualquer preocupação com a população. É deprimente assistir um partido como o PDT ameaçar expulsar um membro que vote a favor da reforma, como é o caso da jovem e debutante Tabata Amaral.
De qualquer forma, acredito muito na aprovação da reforma e que, a partir de então, possamos ver o Brasil novamente crescendo. Como disse o publicitário Nizan Guanaes em uma entrevista há muitos anos, “não existe ninguém, nem nada que tenha competência para parar o Brasil”.