Ponte dos Barreiros: A inércia encontrou o oportunismo

Após convênio com o Governo Federal, prefeitura 'dispensou' emendas dadas por deputados estaduais da região

Por: Paulo Corrêa Jr  -  02/01/20  -  09:13
Ponte dos Barreiros está fechada para o tráfego de veículos desde sábado (30)
Ponte dos Barreiros está fechada para o tráfego de veículos desde sábado (30)   Foto: Carlos Nogueira/AT

Em 30 de novembro último, depois de décadas de abandono, descaso e muitos alertas sobre sua situação crítica, a Ponte dos Barreiros foi interditada por ordem da Justiça, baseada em laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e sob risco de um colapso estrutural.


De lá para cá, o que se viu foi um show de horrores por parte de alguns gestores públicos, numa discussão inapropriada e descabida sobre quem seria o responsável pela ponte. Ninguém era dono, ninguém sabia qual a solução e ninguém tinha dinheiro para a reforma necessária.


Então, junto com outros três deputados – Professor Kenny, Tenente Coimbra e Wellington Moura –, conseguimos que fossem destinados R$ 4 milhões para a reforma emergencial da ponte. Em um gesto inconteste de bom senso, cada qual comprometeu boa parte de seu orçamento (R$ 1 milhão de cada pasta), numa demonstração de que a união sempre é o melhor caminho para conquistas.


Hoje, porém, fui surpreendido de forma negativa com a declaração do prefeito de São Vicente, publicada no Jornal A Tribuna, em matéria sobre o repasse de verba do Governo Federal para a reforma da Ponte dos Barreiros. Segundo o texto, com o valor oferecido pela União, o prefeito “dispensa” o valor das emendas destinadas por nós.


Para uma cidade que há décadas sofre com o abandono e falta de recursos, chega a ser intolerável e arrogante que um prefeito negue ajuda. É claro que a decisão foi “feita com o fígado”, porque o recurso oferecido por nós não tinha a chancela do partido do prefeito. É justo recusar uma ajuda de R$ 4 milhões? É correto colocar uma ideologia em detrimento à população de São Vicente?


Que Deus permita que a Ponte dos Barreiros seja liberada o quanto antes. Por ela, fiz incontáveis travessias, fosse para visitar amigos, a trabalho religioso, social ou político. Trata-se de um instrumento vital para a vida de muitas famílias. Caberá a todos a fiscalização e cobrança nos prazos. Não temos mais tempo a perder. Mas que fique registrada minha indignação com a infeliz colocação do prefeito. A inércia de décadas encontrou o oportunismo de uma fala.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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