O sopro que vira furacão

Triste episódio envolvendo Neymar e uma acusação de suposto estupro traz à tona uma dura questão: até onde a fama é saudável?

Por: Paulo Corrêa Jr  -  06/06/19  -  09:25

Tudo aconteceu muito rápido. Conheceram-se pelo Instagram, trocaram mensagens e fotos, pintou um convite, viagem, encontro e, finalmente, o desencontro com a acusação de estupro registrada em boletim de ocorrência pela mulher. Tecnicamente, cabe a quem faz a acusação provar a verdade. E, de um flerte-relâmpago, surge uma questão que pode levar anos para ser resolvida.


Não julgo nenhum dos dois protagonistas. Não posso afirmar que a história da moça seja verdadeira, ainda que eu tenha grandes motivos para pensar em um golpe. Nem julgo Neymar, porque, afinal, quem nunca cometeu um ato imaturo sem pensar nas consequências? Penso apenas que ele errou ao publicar um vídeo de defesa com fotos e troca de textos na ânsia de ser julgado num ambiente web, quando, na verdade, essa decisão sairá de mesas de juízes e, quiçá, desembargadores.


Fico pensando se existe alguma blindagem ou acompanhamento psicológico para que sejam evitados casos como esse com um dos maiores ídolos brasileiros da atualidade.


Quantos treinadores e colegas de trabalho serão ofendidos? Quantos socos em torcedor ou casos como esse serão necessários para que Neymar entenda o tamanho de sua notoriedade? Um simples sopro dele transforma-se em furacão em questão de segundos.


É fundamental ter a noção de que quando você se torna uma pessoa pública – esportista, artista, político, entre outros – é necessária uma reavaliação de comportamento. Trocam-se hábitos, locais de frequência e, em muitos casos, as amizades. Trata-se do duro ônus que se faz quando acaba o anonimato.


Torço para que tudo termine bem, com a justiça prevalecendo acima de tudo.


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