O Porto de Santos na rota do tráfico internacional de drogas

Recorde anual de apreensões de drogas no Porto de Santos foi batido, faltando quase dois meses para o fim do período

Por: Paulo Corrêa Jr  -  28/11/19  -  10:03
Receita localizou mais de uma tonelada de cocaína dentro de contêiner no Porto de Santos
Receita localizou mais de uma tonelada de cocaína dentro de contêiner no Porto de Santos   Foto: Divulgação/Receita Federal

Um dado preocupante chamou a atenção neste mês. O recorde anual de apreensão de drogas no Porto de Santos foi batido, faltando quase dois meses para o fim do período. O Brasil, que carrega a triste posição de segundo maior consumidor mundial de cocaína e seus derivados, também contribui para a distribuição deste veneno para muitos outros países do planeta. Um dos principais pontos para que façamos parte dessa rota é o fato de que, sozinha, a vizinha Colômbia é responsável por 70% da produção mundial deste produto.


A estratégia dos traficantes é embutir a droga no meio de diferentes cargas que partem daqui para todos os lugares do mundo. O mais impressionante é que, na grande maioria das vezes, tanto o exportador quanto o importador sequer imaginam que no meio da carga comercializada são embutidas toneladas de drogas. A técnica é conhecida criminalmente como "rip-on/rip-off".


Assim, o Porto de Santos, que movimenta 25% dos contêineres no país, foi responsável, sozinho, por 40% de toda a droga apreendida em portos brasileiros neste ano. Isso não pode continuar assim. É preciso mudar essa realidade e, consequentemente, melhorar a imagem ruim do maior porto da América Latina em relação ao assunto drogas.


Não podemos fechar os olhos para o fato de que outros portos têm oferecido menores taxas e mais agilidade como atrativo para serviços portuários. É necessário observar de forma criteriosa essa questão, buscando mais investimentos, formação e preparo constante dos policiais federais para que esse problema não se torne, em curto prazo, mais um motivo capaz de afugentar exportadores e importadores.


Temos a obrigação de cuidar e preservar nosso porto, como importante gerador de empregos e responsável por boa parte da economia local, sob o risco de perdermos ainda mais espaço no cenário nacional.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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