O Poder Público tem a obrigação de dar assistência

Famílias desabrigadas, casas destruídas, pessoas feridas, vidas interrompidas e muitas histórias perdidas no meio das chamas

Por: Paulo Corrêa Jr  -  11/02/21  -  10:00
Não deixemos de discutir o porquê da falta de moradia decente para aqueles que precisam
Não deixemos de discutir o porquê da falta de moradia decente para aqueles que precisam   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

De tempos em tempos uma tragédia como a ocorrida nesta terça-feira (9), na comunidade de Prainha, no Guarujá, vira notícia nos telejornais. Famílias desabrigadas, casas destruídas, pessoas feridas, vidas interrompidas e muitas histórias perdidas no meio das chamas.


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De longe, e às vezes bem de longe, parte da sociedade olha incêndios como este sem se manifestar. O poder público - prefeituras, Estado e União - muitas vezes faz o mesmo, considerando serem habitações não regulamentadas, que não ofereciam segurança, mas que foram aceitas como moradia por aqueles que ali viviam.


Pessoas e Poder consideram que a população do local 'assumiu o risco'. Seja à beira do mar e do mangue, como foi o caso, ou numa encosta de morro.


É preciso entender que ninguém em sã consciência escolhe viver em um lugar que possa pôr em risco sua vida e a de seus familiares. Ninguém quer morar sobre o esgoto aberto ou pendurado num barranco sem fundação, luz elétrica e água encanada. As pessoas moram em lugares como esse, porque existe um enorme déficit habitacional que é, sim, obrigação do poder público extinguir.


Neste momento, o importante é dar abrigo àqueles que perderam sua moradia. É fundamental que tenham segurança, cama, comida e assistência para superar um trauma como esses, de forma que possam suportar sem perder a dignidade. Não interessa agora quais e quantas famílias estão cadastradas em projetos sociais ou habitacionais.


Depois, discute-se o motivo do incêndio. Mas, por favor, não deixemos de discutir o porquê da falta de moradia decente para aqueles que precisam. Porque senão, o assunto só será debatido na próxima tragédia.


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