O abuso e exploração sexual infanto-juvenil; é preciso estar ligado

Brasil carrega uma marca muito negativa: somos o 11° colocado no ranking de países com maior índice de casos de abuso e/ou exploração sexual infanto-juvenil

Por: Paulo Corrêa Jr  -  21/05/20  -  12:01
Atualizado em 19/04/21 - 19:16
  Foto: Divulgação

Entre os assuntos que mais me dediquei como Deputado Estadual em meus dois mandatos, destaco o combate a violência e exploração sexual infanto-juvenil. Como uma das medidas, apresentei um projeto de lei que autoriza a criação do serviço de Disque Denúncia para este crime, dedicado exclusivamente ao estado de São Paulo, facilitando um melhor mapeamento dessa dura realidade e gerando conteúdo estratégico de ações efetivas do governo do Estado.


Entre tantos problemas sociais e de educação, o Brasil carrega uma marca muito negativa: somos o 11° colocado no ranking de países com maior índice de casos de abuso e/ou exploração sexual infanto-juvenil. E, São Paulo, o estado com maior número de pessoas e dinheiro do País e a décima região mais rica do planeta contribui de forma vergonhosa para estes dados. E este número tem crescido a cada ano.


Seja para comprar comida, drogas, muitas vezes estimuladas pelos próprios pais, milhares de crianças e adolescentes estão oferecendo seus corpos. No dado mais recente e já defasado, referente a 2017, São Paulo foi responsável por 2.975 denúncias aumentando seu número em relação ao ano anterior em 29,4%.


Ainda assim, com toda a gravidade que o assunto exige, o telefone utilizado para denúncia – Disque 100 de Direitos Humanos – pertence ao Governo federal, desfavorecendo ainda mais essa população em situação de vulnerabilidade, proporcionando falta de agilidade na depuração dos dados, natural de quem necessita de terceiros para gerenciar e apurar seus dados.


É inadmissível que tenhamos que depender da União para captar esse tipo de ofensa social e humana, muitas vezes dificultando a vida do cidadão paulista e sobrecarregando um sistema que provavelmente já está saturado.


Não existe mais tempo para esperar. Vamos acelerar esse processo.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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