Entre os assuntos que mais me dediquei como Deputado Estadual em meus dois mandatos, destaco o combate a violência e exploração sexual infanto-juvenil. Como uma das medidas, apresentei um projeto de lei que autoriza a criação do serviço de Disque Denúncia para este crime, dedicado exclusivamente ao estado de São Paulo, facilitando um melhor mapeamento dessa dura realidade e gerando conteúdo estratégico de ações efetivas do governo do Estado.
Entre tantos problemas sociais e de educação, o Brasil carrega uma marca muito negativa: somos o 11° colocado no ranking de países com maior índice de casos de abuso e/ou exploração sexual infanto-juvenil. E, São Paulo, o estado com maior número de pessoas e dinheiro do País e a décima região mais rica do planeta contribui de forma vergonhosa para estes dados. E este número tem crescido a cada ano.
Seja para comprar comida, drogas, muitas vezes estimuladas pelos próprios pais, milhares de crianças e adolescentes estão oferecendo seus corpos. No dado mais recente e já defasado, referente a 2017, São Paulo foi responsável por 2.975 denúncias aumentando seu número em relação ao ano anterior em 29,4%.
Ainda assim, com toda a gravidade que o assunto exige, o telefone utilizado para denúncia – Disque 100 de Direitos Humanos – pertence ao Governo federal, desfavorecendo ainda mais essa população em situação de vulnerabilidade, proporcionando falta de agilidade na depuração dos dados, natural de quem necessita de terceiros para gerenciar e apurar seus dados.
É inadmissível que tenhamos que depender da União para captar esse tipo de ofensa social e humana, muitas vezes dificultando a vida do cidadão paulista e sobrecarregando um sistema que provavelmente já está saturado.
Não existe mais tempo para esperar. Vamos acelerar esse processo.