Entre a cruz e a espada

Ficar em casa para evitar que a contaminação se alastre e comprometendo muito a economia ou manter a rotina de trabalho e correr o risco de promover a expansão dos casos da doença

Por: Paulo Corrêa Jr  -  09/04/20  -  10:00
Atualizado em 09/04/20 - 10:19
Justiça paulista autorizou que funcionários que se enquadrem no quadro de risco fiquem afastados
Justiça paulista autorizou que funcionários que se enquadrem no quadro de risco fiquem afastados   Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em função da pandemia causada pelo coronavírus, estamos de um cenário complicado. Por decreto do Governo Estadual, definiu-se um isolamento social – agora prorrogado até dia 22 – colocando a sociedade num dilema: ficar em casa para evitar que a contaminação se alastre e comprometendo muito a economia, provavelmente causando desemprego ou manter a rotina de trabalho e correr o risco de promover a expansão dos casos da doença, causando um colapso no sistema hospitalar e colocando em risco a vida de muitos.


Aqueles que defendem o isolamento horizontal (em que todos permanecem isolados), alertam que a vida deve ser preservada sempre e que a economia teria a mesma desaceleração uma vez que, com o alastramento da doença, uma grande parcela da mão de obra estaria fora de atuação, afastada do trabalho ou mesmo internada.


Por outro lado, os que dizem que o melhor caminho seria o isolamento vertical (onde apenas alguns setores e classes vão para o isolamento), defendem que, mantendo as empresas em atividade, não teríamos um aumento do desemprego que sabidamente produz doenças sociais capaz de gerar um alto número de internação e óbitos, também.


Por tratar-se de algo tão complexo, é impossível definir se um dos lados é totalmente certo ou errado. Cada qual, dentro de sua realidade, tem motivos e argumentos para a defesa de suas ideias. É óbvio que a vida é o bem maior e deve ser preservada independente de qualquer argumento. A dúvida não é essa. A questão é: diante desta situação caótica e inevitável, qual o melhor caminho para que possamos gerar o menor impacto possível?


Pode demorar ainda um bom tempo para que a vacina ou remédio tornem-se uma realidade e até lá, teremos que conviver com uma rotina de incertezas diante de um cenário inesperado pelo mundo. E a decisão de qual o formato deve ser adotado ao longo desse período provavelmente será definida de acordo com o passar do tempo, resultante de nossas ações. Nós vamos superar isso tudo. Que seja de forma calma e consciente.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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