Dersa será extinta sem deixar saudade

Travessias de passageiros na Baixada Santista são regularmente alvos de reclamações de seus usuários

Por: Paulo Corrêa Jr  -  15/08/19  -  11:30
Oito pontos de travessia operados pela Dersa devem ser oferecidos para a iniciativa privada
Oito pontos de travessia operados pela Dersa devem ser oferecidos para a iniciativa privada   Foto: Nirley Sena/AT

Ao longo dos últimos anos, as travessias no Estado de São Paulo apresentaram filas absurdas e atrasos periódicos, gerando muita insatisfação aos usuários do sistema, fossem moradores da região ou turistas.


A Dersa, responsável pela operação, foi insistentemente cobrada pela sociedade, pela mídia e até mesmo pela Frente Parlamentar que presidi. Longe de resolver os problemas, a concessionária apresentou soluções pouco efetivas e que quase nunca saíram do papel.


Por tudo isso, já está pautada para discussão na Assembleia Legislativa a extinção da Dersa. A princípio, não será feita uma nova concessão, passando o Governo do Estado de São Paulo a fazer a gestão da operação.


Diante desse inevitável fato, e sabendo da importância das travessias para seus usuários, entendi que era necessária uma atenção especial para o assunto, assim como alguns ajustes, de forma que essa transição seja tranquila e sem traumas.


Assim, criei uma emenda com dois itens que entendi primordiais para a mudança e que, por sua efetividade, foi incorporada ao projeto original:


1) Que a responsabilidade direta para a operação fique a cargo da Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo, de forma que tenhamos - em casos de eventuais repetições dos problemas - um órgão responsável para ser cobrado. Se ficasse simplesmente na mão do “estado”, não teríamos de quem cobrar tais soluções.


2) Que o projeto apresente soluções efetivas para a gestão das filas e regulamente duas categorias especiais no embarque:
a) Preferenciais: grávidas, portadores de necessidades especiais e idosos;
b) Prioritários: ambulâncias, emergências, autoridades e agentes com funções que demandem o embarque automático.


Longe de termos uma solução definitiva, como uma ponte ou um túnel, a transferência de responsabilidade e extinção da Dersa é, sem dúvida, um novo horizonte para quem vive a rotina ou embarque eventual por esse meio de transporte.


Com a palavra, a Dersa


Em resposta ao texto “DERSA será extinta sem deixar saudade”, do deputado estadual Paulo Corrêa Jr., publicado em 15/8, a atual gestão da DERSA, ao assumir em janeiro deste ano, implantou ações para melhorar a qualidade das Travessias Litorâneas. No início do ano, a situação encontrada era grave, com motores velhos e ultrapassados, além de balsas e lanchas com certificados de navegação vencidos e, portanto, fora de operação. Foi necessário planejamento e muito trabalho para colocar em prática o Programa de Reformas e Manutenções em caráter emergencial. Já foram entregues seis embarcações totalmente remodeladas e outras seis serão entregues até o fim do ano. Além disso, 30 motores novos foram adquiridos e as manutenções ficaram mais eficientes. Foi lançado o App Travessias, mais um canal de comunicação para manter os usuários bem informados sobre os serviços e a sinalização nos viários municipais foi melhorada com a instalação de novos painéis de mensagens. Em paralelo, seguem os estudos para a concessão dos serviços à iniciativa privada. A meta é que o sistema de lanchas e balsas comece a ser modernizado já a partir de 2020.


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