Criminalidade: cidades vizinhas, realidades diferentes

Dados sobre violência mostram situações opostas nas cidades de Santos e Cubatão

Por: Paulo Corrêa Jr  -  22/08/19  -  11:39

Divulgado recentemente, o Atlas de Violência no país mostra situações opostas entre duas cidades vizinhas na região: Santos ocupa o 8º lugar entre as cidades menos violentas do Estado de São Paulo, e Cubatão aparece como uma das mais violentas, na outra ponta da tabela.


O IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, responsável pelos dados, aponta alguns fatores para essa diferenciação. Segundo análise, o envelhecimento da população e o alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são motivos que influenciam muito a favor de Santos que, na contra mão do país, vem melhorando seus números.


Cubatão - que lidera o ranking das cidades mais violentas da Baixada Santista - registrou 21,5 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Um aumento de 14% em relação aos dados anteriores. Segundo o estudo, a escalada do crime organizado e ausência do Poder Público em núcleos periféricos explicam a expansão dos números.


Como é possível duas cidades vizinhas apresentarem números tão diferentes? Como enxergar nossa região como “Metropolitana”, se os índices que aferem a qualidade de vida são tão diferentes? Qual o porquê dessa distinção?


Meu histórico com Cubatão vem de longa data, com ações sociais muito antes de eu ser deputado estadual. Já no mandato, sempre olhei com carinho para a cidade, destinando verbas e inclusive tornando-a Município de Interesse Turístico, o que permite que Cubatão tenha uma verba própria para o impulso nessa área.


Não é justo que tenhamos que conviver com realidades opostas. Ou somos um grupo de municípios que discute problemas e encontra soluções em conjunto, ou seremos sempre um bando de cidades que olham apenas para o próprio umbigo. A saúde precária, a falta de vagas hospitalares, a criminalidade, a ausência de emprego de uma cidade reflete diretamente nas demais.


É preciso que tenhamos uma visão global de toda a região, para que possamos discutir soluções em conjunto, sob pena de crescermos desordenadamente, tornando as diferenças sociais cada vez maiores entre as cidades. E quando isso acontece, todos perdem, independentemente do CEP em que moram.


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