Aqueles que moram nas ruas

Pesquisas mostram que existem vários motivos para que a população de rua tenha aumentado nos últimos anos em todas as cidades da Baixada Santista

Por: Paulo Corrêa Jr  -  23/01/20  -  08:00
  Foto: Alexsander Ferraz / AT

“A calçada não é casa, não é lar, não é nada. Nada mais do que um caminho que se passa. Tão estranho pra quem fica”. Letra da música “Jornais “, do grupo Nenhum de Nós.


Pesquisas mostram que existem vários motivos para que a população de rua tenha aumentado nos últimos anos em todas as cidades da Baixada Santista: falta de condições financeiras para a manutenção de um lar, problemas psicológicos, drogas, bebidas, solidão ou isolamento familiar são os principais.


Some-se a isso o fato de que nossa região oferece uma condição diferenciada, com água abundante nos chuveirinhos nas praias, clima bom e oferta de várias opções de abrigo com dormitório e comida, quando é a vontade daqueles que moram nas calçadas.


Diante dessa realidade, acho que é importante fazermos a análise de dois pontos distintos do problema.


Para os que moram nas ruas, vejo muitas críticas e ofensas de moradores e turistas a essa população. Muitas vezes faltando sensibilidade. Como desde muito jovem faço, junto com minha família e igreja, trabalhos sociais mantendo e auxiliando instituições para recuperação de drogados e resgate da dignidade do ser humano, posso garantir que trata-se de um problema bem complexo e difícil de ser tratado.


Aprendi que em cada morador de rua existe uma história complicada, às vezes com traumas e muita violência, que não cabe a nenhum de nós julgar.


Do ponto de vista dos órgãos públicos, ressalto tratar-se de um assunto bem delicado de ser conduzido porque, por mais condições que ofereçam, é preciso que o cidadão concorde com o atendimento ou tratamento. E isso muitas vezes não acontece.


Assim, acredito que novas políticas públicas nas áreas sociais precisam ser desenvolvidas o quanto antes, para que possamos ao menos reduzir os impactos na vida de todos.


Entendo até que o correto seria tratar isso de forma metropolitana, tendo em vista que nossas cidades são muito próximas e com limites muito simples de serem ultrapassados. Não teremos resultado se conseguirmos soluções apenas para algumas cidades.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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