A violência doméstica na porta do seu lado

Dados de violência contra a mulher ainda são desanimadores. Em todo o país, os números cresceram, e especificamente em Santos o cenário não é diferente

Por: Paulo Corrêa Jr  -  08/08/19  -  11:26
A violência doméstica na porta do seu lado
A violência doméstica na porta do seu lado   Foto: A Tribuna

Casada, Maria da Penha Maia Fernandes sofreu violência doméstica por 23 anos. Seu ex-marido, extremamente violento, cometeu contra ela duas tentativas de assassinato. A primeira, a tiros, deixou Maria paraplégica. A segunda fez surgir nela a coragem para finalmente denunciá-lo, ganhando o direito de tira-lo de casa e coloca-lo no banco dos réus. Em sua homenagem, a lei criada há 13 anos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher leva seu nome: a Lei Maria da Penha.


Mas, os dados de violência contra a mulher ainda são desanimadores. Em todo o país, os números cresceram, e especificamente em Santos o cenário não é diferente.


Confesso, tomei um susto lendo em matéria publicada aqui no portal que uma mulher é agredida a cada 17 horas na cidade. Em 2018, foram registrados 500 casos espalhados em 43 bairros. Se levarmos em consideração que muitos casos não são registrados – por medo, vergonha ou omissão –, chegamos à triste conclusão de que a realidade pode ser ainda pior.


A agressão não ocorre apenas fisicamente. Existem muitos casos de agressão moral e patrimonial, em que a mulher aceita o abuso por se ver como refém financeira do marido ou companheiro.


E, numa clara demonstração de que este crime não escolhe classe social, o bairro Aparecida, considerado de padrão de classe média alta, é o segundo em ocorrência deste tipo de violência. Neste exato momento, pode estar acontecendo mais um caso a poucos metros de você, seja qual for a sua cidade ou bairro, sem que você saiba.


Assumo aqui, como agente parlamentar, o compromisso de combater de forma ainda mais veemente este covarde e silencioso crime. Mas, é importante e fundamental que toda a sociedade tenha consciência, mobilizando-se para dar um fim nesta triste estatística. Vamos dar um basta.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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