A ignorância travestida de trabalhador

Aprovação da reforma da Previdência era a única saída para que o estado não quebrasse

Por: Paulo Corrêa Jr  -  05/03/20  -  09:00
Em 1º turno, a reforma da Previdência foi aprovada
Em 1º turno, a reforma da Previdência foi aprovada   Foto: Divulgação/Alesp

Na sessão da última terça-feira na Assembleia Legislativa, foi aprovada a reforma da Previdência do Estado de São Paulo por 59 a 32 votos, em segundo turno.


A reforma não era uma questão de partido ou ideologia. Era a única saída para que o Estado de São Paulo não quebrasse, porque, assim como a União, tinha seus cálculos baseado em uma realidade de décadas atrás.


É bom lembrar que essas mudanças só interferem no funcionalismo público estadual, que hoje tem um volume muito maior de pessoas aposentadas do que na ativa, tornando-se algo totalmente insalubre para as contas do estado.


Porém, durante a votação, o que se viu foi um verdadeiro show de horrores, tanto dentro como fora do ambiente de votação, promovido por manifestantes contrários à reforma - na grande maioria sindicalistas -, que quebraram o vidro instalado na entrada e invadiram o saguão na intenção de promover arruaça, agredindo os policiais  e ofendendo os parlamentares presentes na sessão. 


Houve a necessidade da presença do Batalhão de Choque da Polícia Militar e o uso de spray de pimenta para conter o grupo de vândalos que ocuparam o prédio, que chegaram a arremessar mesas, cadeiras e outros objetos em cima dos policiais.


Foi uma volta ao tempo em que as reivindicações eram impostas com socos e pontapés, num momento da nossa história em que não havia diálogo. Isso acabou. 


A classe de servidores públicos elegeu seus representantes e coube a eles discutir e apresentar seus posicionamentos dentro da Casa de Leis. Ninguém impôs ou aprovou à força as mudanças previstas na reforma.


Foram discutidas e votadas por pessoas escolhidas pela população para defender seus direitos no Estado de São Paulo. Nenhum de nós, deputados, estávamos ali porque invadimos o plenário. Fomos indicados para decidir as questões estaduais e coube a nós a decisão. E assim fizemos.


Quero crer que tenha sido um lapso de comportamento e que continuemos avançando para diminuir as diferenças, fortalecer as instituições, dialogando. Sempre dialogando.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter