Na sessão da última terça-feira na Assembleia Legislativa, foi aprovada a reforma da Previdência do Estado de São Paulo por 59 a 32 votos, em segundo turno.
A reforma não era uma questão de partido ou ideologia. Era a única saída para que o Estado de São Paulo não quebrasse, porque, assim como a União, tinha seus cálculos baseado em uma realidade de décadas atrás.
É bom lembrar que essas mudanças só interferem no funcionalismo público estadual, que hoje tem um volume muito maior de pessoas aposentadas do que na ativa, tornando-se algo totalmente insalubre para as contas do estado.
Porém, durante a votação, o que se viu foi um verdadeiro show de horrores, tanto dentro como fora do ambiente de votação, promovido por manifestantes contrários à reforma - na grande maioria sindicalistas -, que quebraram o vidro instalado na entrada e invadiram o saguão na intenção de promover arruaça, agredindo os policiais e ofendendo os parlamentares presentes na sessão.
Houve a necessidade da presença do Batalhão de Choque da Polícia Militar e o uso de spray de pimenta para conter o grupo de vândalos que ocuparam o prédio, que chegaram a arremessar mesas, cadeiras e outros objetos em cima dos policiais.
Foi uma volta ao tempo em que as reivindicações eram impostas com socos e pontapés, num momento da nossa história em que não havia diálogo. Isso acabou.
A classe de servidores públicos elegeu seus representantes e coube a eles discutir e apresentar seus posicionamentos dentro da Casa de Leis. Ninguém impôs ou aprovou à força as mudanças previstas na reforma.
Foram discutidas e votadas por pessoas escolhidas pela população para defender seus direitos no Estado de São Paulo. Nenhum de nós, deputados, estávamos ali porque invadimos o plenário. Fomos indicados para decidir as questões estaduais e coube a nós a decisão. E assim fizemos.
Quero crer que tenha sido um lapso de comportamento e que continuemos avançando para diminuir as diferenças, fortalecer as instituições, dialogando. Sempre dialogando.