Junto com as boas notícias de retomada das atividades econômicas, devido à melhora do cenário da pandemia e o fim de muitas restrições, infelizmente acompanhamos a escalada da criminalidade no País, a qual também se reflete na nossa Baixada Santista. Inúmeros são os casos que tomamos conhecimento pelo noticiário ou presenciamos em nossas comunidades, trazendo assim insegurança e muitos prejuízos.
Guarujá, por exemplo, tem vivido cenas de guerra com assaltos a comércios, supermercados e bancos, realizados por criminosos fortemente armados e fazendo até uso de explosivos. Isto está levando pânico aos mais de 320 mil habitantes e também afugentando muitos turistas.
Conversando com lideranças e moradores, frequentemente ouço relatos de pessoas assustadas e receosas de saírem de suas casas, o que não combina com uma cidade que faz parte da memória afetiva de muitos visitantes, tem o apelido de ‘Pérola do Atlântico’ e se prepara para receber os primeiros voos comerciais no aeroporto civil metropolitano.
Na cidade de São Paulo, onde há uma onda de assaltos cometidos por falsos entregadores de delivery, após a morte de uma vítima, o jovem Renan, de apenas 20 anos, o Governo do Estado e a Prefeitura anunciaram que o policiamento será dobrado para combater este tipo de crime.
De acordo com o governador Rodrigo Garcia, a Operação Sufoco também será estendida a todo o estado de São Paulo para aumentar o patrulhamento ostensivo. Diante do atual momento, precisamos que a medida contemple a Baixada e haja, também, maior integração das inteligências das polícias estadual e federal, responsáveis pela segurança pública.
Apesar das limitações orçamentárias, a maioria dos municípios investe permanentemente na capacitação e equipagem de suas Guardas Civis, assim como ocorre em Guarujá e demais cidades da região. Essas forças locais têm como finalidade a proteção dos bens públicos, mas estão assumindo cada vez mais protagonismo dentro do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
Em Santos, além das diversas melhorias para a corporação municipal, foi intensificada a integração com a Polícia Militar por meio do programa Atividade Delegada, que consiste no pagamento dos policiais por trabalho em horário de folga, construídas novas bases e adquiridas viaturas para a PM.
Apostar no monitoramento urbano foi outra importante medida, com destaque para a ampliação do parque de câmeras em mais de 600% e a criação do Centro de Controle Operacional (CCO) pela Prefeitura. O equipamento integra as imagens captadas e facilita o trabalho conjunto das forças de segurança e órgãos públicos. Entre os principais resultados deste investimento, em 2020 a Cidade obteve o menor índice de homicídios entre os municípios paulistas com mais de 400 mil habitantes: 1,89 assassinatos a cada 100 mil habitantes.
Dotado de avançados recursos tecnológicos, entre eles a análise de vídeo inteligente (IVA, na sigla em inglês), a qual contribui para prevenir furtos em prédios públicos, e o sistema OCR (reconhecimento óptico de caracteres), que identifica veículos em ocorrências policiais, o CCO de Santos é um exemplo exitoso que pode ser incorporado por outras localidades para a difícil e diária batalha contra a criminalidade.
*Paulo Alexandre Barbosa, prefeito reeleito de Santos (2013-2020), deputado estadual (2007-2012) e ex-secretário estadual de Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e adjunto da Educação.