Mar revolto é que faz marinheiro bom?

Mar calmo não faz marinheiro bom, mas mar revolto sem perspectiva de calmaria talvez desanime o marujo de sobreviver

Por: Maxwell Rodrigues  -  17/02/21  -  09:24
Algumas empresas têm sérias dificuldades e possivelmente não atraquem mais nos portos do Brasil
Algumas empresas têm sérias dificuldades e possivelmente não atraquem mais nos portos do Brasil   Foto: Pixabay

Hoje é quarta-feira de cinzas e em virtude da Covid -19, o carnaval em nosso País foi cancelado. Nada mais adequado face à pandemia mundial. Contudo, vários segmentos conseguiram adotar protocolos rígidos para enfrentar a pandemia e continuar com suas operações. A área de cruzeiros no Brasil não teve a mesma sorte.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Avião, bares, restaurantes, metrô, ônibus, dentre outros setores, estão com protocolos de uso, mas mesmo as empresas de cruzeiros adotando normas rígidas e altos investimentos para criação de protocolos de enfrentamento, os mesmos não foram suficientes para análise e aprovação de suas operações.


A comoção nacional tomou conta das pessoas depois do anúncio de fechamento da Ford com mais de 10.000 empregos sendo extintos em todo País. Se compararmos com o setor de cruzeiros, os números chegam a 3.000 empregos diretos e indiretos somente em nossa região.


No Brasil todo, estima-se mais de 39 mil empregos que não foram criados e prejuízo de R$ 3 bilhões. No mundo, o impacto previsto é de mais de R$ 400 bilhões e 518 mil empregos. Os números falam por si só quanto à importância desse setor no mundo e no Brasil. As operações na Europa e Ásia já foram retomadas, mostrando um futuro promissor ao setor. Em nossa região são 18 meses de paralisação total e sem arrecadação e isso preocupa significativamente o setor.


Hoje, se não houvesse a pandemia, certamente estaríamos com a entrada frenética de cruzeiros no cais santista.
Algumas empresas estão em sérias dificuldades e possivelmente não devam mais atracar nos portos do Brasil, exemplo da Pulmantur, que pediu recuperação judicial.


Em conversa com Alexandre Nunes (Especialista em Turismo) e Suely Martinez (Diretora do Concais) no programa gravado para o Porto 360 do Grupo Tribuna, ambos confessaram uma particularidade dos turistas de navio no Brasil: a vontade de fazer cruzeiros para curtir o navio e não as cidades de destino.


Curiosamente, esta foi uma medida adotada por algumas operadoras na Europa, ou seja, cruzeiro para lugar nenhum, onde os passageiros embarcavam, já com seus testes de covid negativados e com protocolos rígidos, para curtir exclusivamente o navio.


Funcionou!! Ação criativa e que não paralisa totalmente as operações. O mar está revolto para os cruzeiros no Brasil e a expectativa de retomada para este ano ainda é duvidosa. Já no mundo, navios de cruzeiros estão sendo desmontados para revenda de metais mesmo com iniciativas de cruzeiros sem destino.


A humanidade foi capaz de adotar protocolos em vários setores e este setor, que gera tanta receita, renda e emprego deve ser olhado pelas autoridades também. A pandemia entrou na rota dos cruzeiros marítimos de tal maneira que aparenta ser uma tempestade sem precedentes e que está deixando o setor mareado (adjetivo que significa enjoado, como em viagem marítima. Que perdeu o brilho; oxidado).


Logo A Tribuna
Newsletter