Equity é a posse de uma empresa e o direito a uma parte dos lucros gerados por ela. Investimentos de equity são ferramentas utilizadas por investidores para tentar alcançar retornos acima da média com seu portfólio de investimentos.
O equity é sinônimo de patrimônio líquido, e ele representa a participação acionária mantida nos livros pelos investidores e acionistas da companhia.
Toda empresa é obrigada a listar esse número em seus balanços patrimoniais e, portanto, o investidor não precisa fazer nenhum cálculo para descobrir a parte do patrimônio da empresa que cabe aos acionistas.
O patrimônio líquido é utilizado por uma empresa quando a mesma pretende comprar mais ativos. Geralmente, ele possui duas fontes principais: o dinheiro investido em alguma aplicação financeira, ou quando é proveniente de lucros acumulados.
Apesar da atual crise socioeconômica que o mundo e o Brasil vivem, o mercado segue inflamado com companhias realizando aquisições de bilhões e bilhões de dólares.
No Brasil, acompanhamos a Pague Menos adquirir a Extrafarma, o Grupo Soma a Hering e a Magalu comprou a Bit 55, entre outras que estão, cada vez mais, adquirindo negócios menores para aumentar seu portfólio.
Nesse modelo surge a pergunta de seis milhões de dólares: É melhor gerir a empresa para lucrar ou para vender?
Nos EUA e na Europa, por exemplo, já existe a preocupação com o modelo de gestão focado na venda de empresas e não no lucro delas.
Muitas empresas possuem um valor alto de mercado mas não estão dando lucro, e isso preocupa.
Antes de mais nada, precisamos entender que estamos inseridos no contexto das operações portuárias e a preocupação com o lucro deve ser igual ou maior do que a preocupação com o valor da empresa. Assim, o lucro pode ser reinvestido na empresa e na sociedade que abriga aquele porto.
Se a preocupação for tão somente no valor da empresa, muito possivelmente estaremos focados no macro negócio, sem a preocupação com os dividendos que vêm da operação que possam gerar mais oportunidades e negócios.
Vender a empresa ou uma fatia dela, qual o valuation (valoração da empresa) ? Talvez aí comece a grande preocupação com modelos que possuem grande valoração, mas não estão dando o lucro necessário.
Na minha visão, o valor do negócio é bom para o investidor e para os sócios, mas não para a sustentabilidade da empresa, do mercado em que ela está inserida e da cadeia de prestadores ao redor do setor.
Negócio que lucra cresce e investe. Um porto tem de dar lucro e, se sobrar caixa, precisa reinvestir: investindo na operação, tecnologias, capacitação e, principalmente infraestrutura.
O lucro é, sem dúvida, o ponto-chave de todo investidor, no entanto, é preciso preparar a empresa para todas as oportunidades de negócios.
O trabalho de preparo para a desestatização feito atualmente pela gestão do Porto de Santos é de se impressionar e admirar. Recordes, austeridade, gestão profissional, dentre outros pontos, aumentando a percepção de valor do porto para o mercado nacional e internacional que, possivelmente, irá investir nesse ativo.
Mas é importante entender que pós-desestatização, será fundamental focar no lucro e fazer com que as operações possam gerar oportunidades para a cidade e para a região.
Precisamos da desestatização com comportamento de “predador”, pois crescer, expandir e investir não é uma opção para o porto e para a cidade de Santos, é uma estratégia de sobrevivência.
No próximo dia 21 de setembro, o Grupo Tribuna irá promover um debate técnico com as principais lideranças do setor a respeito da desestatização do Porto de Santos. Oportunidade única para que todos possam expor sua visão do tema.