A receita ideal

Habitualmente reinventamos algo que já existe e, com isso, perdemos grandes oportunidades

Por: Maxwell Rodrigues  -  12/05/21  -  09:14
 A receita ideal
A receita ideal   Foto: Matheus Tagé/AT

Habitualmente reinventamos algo que já existe e, com isso, perdemos grandes oportunidades. O Port community System pode não acontecer em nosso porto, fruto de uma série de indefinições.


Será que a receita de sucesso para um projeto como esse não poderia ser a sugerida abaixo?


Ingredientes


01 prefeitura que possua um parque tecnológico.


01 porto com viés tecnológico.


03 ou mais empresas internacionais com solução comprovada e testada.


03 ou mais empresas nacionais com profunda habilidade para integrar sistemas.


01 espaço devidamente estruturado para receber empresas.


01 secretaria de portos com foco em desenvolvimento regional.


01 solução sistêmica aprovada pela autoridade e comunidade portuária.


01 pitada do conhecimento de atores chave.


01 grupo de trabalho para definir processos.


01 diretor com autonomia para gerenciar projetos complexos.


Sugestões a gosto.


Modo de fazer:


Junte a prefeitura e a autoridade portuária, proponha a assinatura de um convênio em que ambos tenham foco na integração de sistemas portuários visando o desenvolvimento do parque tecnológico e a desburocratização existente, utilizando-se de ingredientes como tecnologia, sistemas e processos bem definidos.


Após o convênio, é fundamental atrair empresas internacionais com profundo conhecimento em plataformas portuárias para que essas transfiram know how para empresas nacionais que queiram capitanear um processo de implantação do PCS (Port Community System).


Tanto os órgãos governamentais como as empresas nacionais não devem cozinhar as empresas internacionais. Importante ter um planejamento claro e transparente de intenção da implantação desta ferramenta.


As empresas nacionais devem, obrigatoriamente, estar incubadas dentro do parque tecnológico e responsáveis pela contratação e formação de mão de obra local para a implementação do PCS. Além, é claro, de custear os equipamentos necessários para a operação local.


Não esqueça que esta é uma boa pitada de oportunidades para empregos em nossa região.


Um grupo de trabalho devidamente constituído por todos os atores importantes no porto deve descascar os problemas de processos e transferi-los para a análise das empresas que desenvolverão as integrações.


Nesta etapa de fervura, a secretaria de portos tem papel fundamental no apoio ao grupo de trabalho.


Dica: Retire do processo oportunistas e certo jogo de interesse, protegendo sua receita para que ela não fique aguada.


Tempere sua receita com um executivo que domine processos administrativos e sistêmicos para que o caldo fique cada vez mais palatável entre todos que estão envolvidos nesta receita.


Aqueça o mercado demonstrando que a receita proposta tem um planejamento bem estruturado com soluções já testadas e que todos estão convergindo para o mesmo caminho.


Acrescente a participação do Governo Federal e possibilite que as empresas nacionais possam monetizar com o projeto misturando-se com outras empresas privadas e sem interferência ou investimento público. Assim, além de garantir o lucro, garante-se a continuidade do projeto.


Coloque tudo dentro de um sistema robusto e testado. Proporcionando cada vez mais a possibilidade de novas versões e soluções de fácil integração.


Sirva o sistema com muitos dados que possam ser utilizados pelos órgãos municipais, estaduais e federais, além, é claro, de facilitar e desburocratizar as rotinas dos entes privados.


Delicie-se com um prato que possua ingredientes perfeitos a qualquer receita duradoura entre público e privado.


Transparência, continuidade, investimentos, empregos, desburocratização e agilidade.


Será que o mercado tem apetite para este prato?


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