A fazenda de tomates!

A qualidade do tomate era tanta que o 'fazendeiro' foi procurado pelo mercado internacional, e começou a exportar

Por: Maxwell Rodrigues  -  27/10/21  -  07:38
Atualizado em 27/10/21 - 11:54
  Foto: Pixabay

Um fazendeiro que planta tomates começou a prosperar em seu negócio. Cresceu de tal maneira que ampliou suas operações. Além de plantar tomates, começou a transportar para o mercado consumidor. Com uma excelente rentabilidade no negócio, a logística necessária era muito grande e ele começou a investir em infraestrutura. Surgiram armazéns frigoríficos e centros de apoio logístico na operação de tomates.


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A qualidade do tomate era tanta que esse fazendeiro foi procurado pelo mercado internacional e começou também a exportar seus tomates. Em um mundo moderno e ágil ele se viu diante do desafio de investir novamente e começou a buscar oportunidades para empreender no mundo portuário. Dessa maneira, ele poderia controlar suas operações “porta a porta” e atender o consumidor que busca qualidade, inovação e principalmente custos.


O fazendeiro estava feliz , empregando pessoas e aumentando o tamanho de seu negócio.


Contudo, a partir desse momento, políticas de governo começaram a interferir no seu negócio. Mesmo com mais de 8.000 quilômetros de costa no Brasil, o fazendeiro teria de participar do processo de concorrência para que, assim, ele possivelmente tenha a oportunidade de investir em um terminal portuário.


Estamos vivendo um mundo de possibilidades para investimentos no setor portuário. Em breve ocorrerá o maior leilão de arrendamento portuário da história, com potencial estimado de outorga de R$ 1 bilhão.


O local fica no Cais do Saboó e vai incorporar o espaço hoje ocupado pela empresa Ecoporto Santos, da Ecorodovias, além de outras áreas em uma região conhecida em Santos como “Faixa de Gaza” – o apelido surgiu porque são diversos terminais de pequeno porte que ocupam espaços em disputa com a autoridade portuária.


Vários pesos pesados do setor demonstram forte interesse no leilão.


Com tantos interessados fica clara a velha máxima de oferta e demanda. Se temos tantas ofertas de investidores e 8 mil quilômetros de costa que é uma alta demanda, por que a conta não fecha?


Com a possibilidade de investimentos, ainda vivemos um cenário de concorrência e não de oportunidades e isso pode, de certa forma, afugentar os investimentos. É preciso acomodar todos porque temos a oferta e também demanda.


Não podemos atrair o investimento e fomentar o empreendedorismo onde, em certo momento da operação, não possibilitamos a liberdade econômica e a segurança jurídica necessária.


Quanto ao fazendeiro de tomates, esse perdeu a concorrência do futuro terminal que ele gostaria de investir para o seu concorrente, que o obrigou a pagar preços proibitivos e com taxas enormes.


Perdeu sua motivação, desistiu do negócio e da fazenda de tomates por tamanha interferência nos seus negócios. Demitiu mais de 2.000 colaboradores e fechou o seu negócio.


Qualquer coincidência é mera semelhança com a vida real, né?


O fazendeiro de tomates é um homem de sucesso ou um fracassado?


Quando algo está indo bem, arrumamos uma fórmula de interferir para demonizarmos o lucro e futuros investimentos. A refletir!


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