Seleção: Sem humildade, sem comprometimento e sem profissionalismo

A cada fracasso, ao seu estilo prolixo e repleto de metáforas ou figuras de linguagem, sem sucesso, Tite tenta explicar e não consegue

Por: Marcio Calves  -  25/03/19  -  12:22
Seleção brasileira não passou de um empate, em 1 a 1, contra o Panamá
Seleção brasileira não passou de um empate, em 1 a 1, contra o Panamá   Foto: MIGUEL RIOPA/AFP

Muitas eram as opções de temas para abordar nessa primeira coluna, que nos provoca emoção e nos remete a uma longa história.


Nós poderíamos, por exemplo, escrever sobre a dragagem do Porto de Santos (acreditem, em xeque); ou sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro na recente viagem ao Chile; ou ainda sobre a crise envolvendo o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que derrubou a Bolsa de Valores e fez o dólar literalmente explodir, comprometendo a tramitação da reforma da Previdência


Por enquanto, porém, fiquemos na área esportiva, repleta de fatos importantes. Nossa seleção, por exemplo, empatou com o Panamá e até levou um gol, o que nunca tinha ocorrido em jogos entre as duas equipes.


O pior, porém, foi o nível técnico da apresentação, caracterizando mais uma grande decepção. Aliás, esse sentimento nos acompanha desde 2014, a partir do fracasso na Copa do Mundo no Brasil. No sábado, na Cidade do Porto, o time saiu de campo sob vaias, manifestação que tem sido uma rotina.


Nos chamou atenção ontem, na leitura dos inúmeros textos sobre a partida, uma manchete preocupante. Estava escrito: “Discurso de Tite já não convence”.  No mínimo, merece uma reflexão mais profunda. Na essência, retrata a realidade.


A cada fracasso, ao seu estilo prolixo e repleto de metáforas ou figuras de linguagem, sem sucesso, tenta explicar e não consegue. Vale reproduzir o significado de prolixo: “Aquele que usa palavras em excesso, aquele que não consegue resumir uma ideia”


Fundamentalmente, o nosso problema é técnico e não o técnico, apesar de sua responsabilidade. O mundo mudou e o futebol evoluiu. Ainda no sábado, observamos um grande exemplo dessa nova ordem mundial: Venezuela 3, Argentina (com Messi), 1.


Há alguns anos era possível imaginar que isso ocorreria? Ou até mesmo que a pequena Bélgica eliminasse o Brasil da Copa do Mundo de 2018?


Além da queda técnica, nos faltam humildade, comprometimento e, principalmente, profissionalismo. Da CBF aos grandes clubes.


Temos aqui mesmo entre nós, em nossa Província, um grande exemplo: a crise financeira do Santos. O clube não paga salários, o presidente foi para a China, sabe-se lá com que objetivo, e o técnico Jorge Sampaoli ameaça publicamente devolver o salário em solidariedade aos jogadores.


No mínimo, uma humilhação para um clube com tanta história e tradição. Está claro que não há gestão, planejamento e até mesmo autoridade.


Além de omissão por quem de direito.


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